A oposição sul-africana obteve hoje (terça-feira) em justiça a autorização de consultar o dossier que conduziu ao abandono das perseguições por corrupção contra o presidente Jacob Zuma, justamente antes da sua eleição em 2009, noticiou à AFP.
Num julgamento realizado em Bloemfontein, o Tribunal supremo de apelação estimou ter recebido a solicitação do principal partido da oposição, Aliança democrática (DA) e considerou que a decisão tomada na época, 06 de Abril de 2009, pela Procuradoria geral “pode ser reexaminada à luz do direito constitucional”.
Jacob Zuma, quarto presidente da África do Sul democrática, é supostamente acusado de ter solicitado, enquanto vice-presidente do país (1999-2005) comissões do grupo de armamento francês Thales, em troca duma intervenção para evitar a aplicação de procedimentos judiciários ao industrial.
Foi inculpado em Dezembro de 2007 por corrupção e fraude, no quadro do inquérito sobre as múltiplas acusações ligadas ao contrato de armamento passado em 1999, pelo governo do ANC, pouco após o fim do apartheid.
O ministério Público havia finalmente retirado as acusações contra Zuma, três semanas antes do escrutínio presidencial de 22 de Abril de 2009, após ter tido provas de que um dos principais investigadores tinha manipulado os procedimentos por razões políticas.
A Aliança democrática (DA) havia qualificado na altura a decisão de “revoltante” e prometeu utilizar todos os recursos possíveis para evitar que o dossier não seja completamente enterrado.
Fonte: Pana