Adalberto Costa Júnior de passagem por Portugal deu uma entrevista ao diário português onde afirma que “em Angola, o próprio Chefe de Governo incentiva a corrupção”.
Muito crítico em relação à gestão do Presidente angolano, o líder da UNITA e da oposição diz que “João Lourenço vai se mostrando na sua verdadeira dimensão de autoritarismo sem limite”, fazendo coisas que nem no tempo de José Eduardo dos Santos se viam.
Eleito presidente da UNITA em Novembro do ano passado, Adalberto Costa Júnior teve tudo menos um primeiro ano normal como líder da oposição em Angola, devido às consequências da pandemia de covid-19 que permitiu ao Governo adiar mais uma vez a criação das autarquias e das eleições locais.
“O elemento mais estratégico de fomento à corrupção é a contratação pública sem concursos”, disse em entrevista ao jornal Público, Adalberto Costa Júnior, que prosseguiu “este é que é o grosso dos roubos a nível mundial. E é justamente aqui que João Lourenço está a mostrar-nos que está abraçado a este incentivo, ao incentivo à corrupção. Porque não faz contratação pública com concursos, com transparência necessária”, para concluir, e porque estava a falar para um jornal português, que isto em Portugal dava demissão do governo, imediatamente.
“Em Angola, hoje, combate-se os que se querem perseguir e protege-se uma série de outros corruptos de grande dimensão”, afirmou em entrevista ao Público. Diz ainda, o líder do maior partido da oposição, que “lamentavelmente, tem provas” que o próprio Chefe do Governo (João Lourenço) incentiva a corrupção.
E Costa Júnior explica como: “O Presidente da República que tem como elemento mais importante do seu mandato, segundo ele, o combate à corrupção tem como ministro de Estado, do seu gabinete, um elemento acusado de corrupção, com evidentes indicadores de prova de corrupção, e não o sujeita, sequer, a investigação?”, questiona o líder da UNITA, que adianta que não consegue entender como é que um ministro de Estado “recebe a realização da compra de bens para a polícia enquanto ministro, em violação à lei, e que o contrato tenha sido assinado pelo Presidente da República”, por tudo isto, Adalberto Costa Júnior considera “que o combate à corrupção é “infelizmente, limitado”.