O tanque reservatório de água potável com capacidade de 183 metros cúbicos instalado na sede municipal do Seles, na província do Kwanza-Sul, não satisfaz as necessidades das populações daquela circunscrição, revelou na sexta-feira ao Jornal de Angola o seu administrador.
Para colmatar o défice, Rui Feliciano Miguel diz ser necessário a construção de um outro tanque com capacidade de 320 metros cúbicos, considerando que o actual não cobre a extensão do município, atendendo ao elevado número de habitantes que nela vivem.
A falta de água está a criar sérios transtornos às populações, disse o administrador do Seles, realçando que, em função do quadro actual, os habitantes são abastecidos através de camiões cisternas, o que tem custado bastante aos cofres do governo da província.
“A água é vida e, sendo assim, temos de salvaguardar as nossas populações, para não correm o risco de contraírem doenças. Por isso, vamos apostar seriamente para, num futuro breve, solucionarmos o problema, que passa pela construção de um tanque de maior capacidade para cobrir o município no seu todo”, frisou.
Projectos sociais
No município do Seles, estão em execução vários projectos sociais, no quadro do programa integrado de desenvolvimento rural e combate à fome e à pobreza e um outro de cuidados primários de saúde.
As obras decorrem a bom ritmo e correspondem aos anseios das populações. Apesar dos condicionalismos das vias secundárias e terciárias e do fraco abastecimento de água potável, a administração municipal do Seles concebeu, para o corrente ano, um conjunto de acções que compreendem a construção e reabilitação de infra-estruturas sociais, aquisição de equipamentos e de apetrechamento, saneamento e melhoria do sistema de abastecimento de água potável e de energia eléctrica, entre outras.
Assim, estão em curso no município a construção de uma escola do segundo ciclo com 12 salas, a reabilitação do bloco operatório do hospital municipal e está a ser reparada e ampliada a escola primárias nº 75. Estão ainda em execução, a instalação da iluminação pública nas sedes comunais da Amboiva e Botera e a construção da esquadra municipal da Polícia Nacional do Seles.
Saúde e vias de acesso
No âmbito do programa municipalizado dos serviços primários de saúde, a administração do Seles está a executar obras de reabilitação da casa de passagem da saúde e a apetrechar o bloco operatório do hospital municipal. A preocupação que inquieta o administrador Rui Feliciano Miguel está relacionada com a falta de médicos de várias especialidades, uma vez que no Seles existem apenas quatro, insuficientes para atender os habitantes que procuram os serviços de saúde.
Para tornar o sector da saúde mais funcional, a administração vai adquirir um aparelho de radiologia, reabilitar os postos de saúde da comuna da Amboiva e das localidades de Aliwaio, Moma do Fonseca, Ponte Santo, Catanda, Capolo, e construir duas residências para acomodar os médicos.
O sistema de abastecimento de energia eléctrica está regular, com a aquisição, pela administração municipal, de um grupo gerador de mil KW. Para conferir um abastecimento de corrente eléctrica segura foi contratada uma empresa que vai renovar o sistema público e domiciliar. A reparação das vias, de acordo com o administrador do Seles, afigura-se como uma das prioridades para permitir o escoamento de produtos do campo para a vila e outros mercados e permitir a livre circulação de pessoas e bens.
No quadro de investimentos públicos, está em curso, no município, a colocação do tapete asfáltico na estrada que liga a sede do município com a capital da província que, faltando apenas 15, dos 83 quilómetros que possui.
Estão também em execução os trabalhos de terraplanagem dos troços Seles à vila da Conda, com 36 quilómetros, e Seles/Amboiva/
Cassongue, cujas obras decorrem a bom ritmo.
Turismo
O município do Seles é rico em zonas de turismo e de lazer, mas o seu aproveitamento para o usufruto dos seus habitantes está longe de ser uma realidade, devido à pouca agressividade dos empresários ligados ao ramo, agravada com o estado crítico das vias de acesso.
O município conta com locais turísticos aprazível como o morro da velha “Munda-ye-Uko”, piscina municipal, paisagem do Morro do Dinguiri, local histórico “Chinduva”, pedra da água da Catanda e outros que encantam turistas de toda a parte do mundo.Entretanto, a falta de investimentos está a condicionar o aproveitamento racional deste espaço, que devia gerar receitas e garantir emprego aos jovens da zona.
O administrador municipal do Seles, Rui Miguel, pede mais agressividade aos empresários locais, aos naturais, amigos e a todos aqueles que se revêem no município a juntarem-se nos esforços de reconstrução daquela parcela do território nacional.
O município do Seles tem uma superfície de 3.101 quilómetros quadrados e conta com uma população estimada em 120.725 habitantes, distribuídos pela sede e comunas sede, Amboiva e Botera.
Fonte: Jornal de Angola
Nasci em Angola-Bocoio,passei parte da minha infância na Botera e a minha adolescência em Vila Nova De Seles.Aí vivi e estudei.Quarenta anos passados,mantenho boas recordações do ambiente social que então se vivia.É com saudades que me recordo das festas em honra de N.Senhora de Fátima nos meses de Maio,festas de Natal,do Carnaval e as festas dos Ramos,que antecedia a Páscoa.Não sei se ainda hoje se comemoram estas quadras festivas.
Era agradável viver no Seles,pela sua tranquilidade,espaço e qualidade de vida.Hoje,pelas notícias,fotos e testemunhos verbais que nos chegam,a Vila de Seles assemelhasse a um monte de escombros,onde tudo falta.Antes da independência de Angola,a Vila era abastecida com a melhor água do distrito,24 sobre 24 horas,fornecimento permanente de corrente eléctrca,graças ao esforço e dedicação do sr.Penteado,e hoje,quarenta anos passados há um retrocesso civilizacional que não se compagina com o discurso político actual.O discurso do governo esqueceu a Vila de Seles,e os responsáveis locais pouco ou nada fazem para inverter a situação actual.A população do Seles merece muito mais que simples fornecimentos de água a conta gotas.Espero que o administrador Rui Feliciano Moreira,restitua o esplendor e a dignidade da Vila de Seles.