A razia de ‘rating’ que a agência de notação financeira Moody’s promoveu ontem – e que afectou Portugal -, não afectou o Reino Unido, mas deixou um aviso ao território: o perigo de em breve vir a perder o estatuto de ‘AAA’, a classificação máxima que a sua economia ainda detém.
Na segunda-feira, a Moody’s baixou o ‘rating’ das economias de seis países, com Portugal à cabeça de um grupo de países, também com a Itália, Eslovénia, Malta e Eslováquia, que viram o seu ‘rating’ ser reduzido em um nível, com a Espanha a ser cortada, por sua vez, em dois níveis.
A Moody’s foi assim a primeira agência de notação financeira a ameaçar um corte de ‘rating’ ao Reino Unido, que assim se juntou à França e Áustria no conjunto de países europeus com a classificação máxima em risco. Porém, nem a Fitch ou a Standard & Poor’s, as outras duas principais agências de ‘rating’, fizeram qualquer ameaça oficial à economia britânica.
George Osborne, ministro das Finanças britânico, encarou a decisão da Moody’s como um sério aviso ao Reino Unido. «Foi um acordar para a realidade para quem pensa que o Reino Unido pode evitar um confronto com a sua dívida», disse, em declarações ao Wall Street Journal.
A Moody’s justificou a ameaça ao referir o «fraco ambiente macroeconómico» que poderá afectar a tentativa britânica de reduzir a sua dívida. «Uma combinação entre a crescente trajectória da dívida com o menor do que o esperado crescimento económico colocariam em causa a capacidade do governo [britânico] em reter o seu ‘rating’ AAA», justificou assim a agência.
O Reino Unido passa assim a estar sob alerta, e resta saber se as restantes agências de notação vão seguir o exemplo da Moody’s.
Fonte: SOL