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    A nova líder do ASA: Aposta no relançamento dos “aviadores”

    Depois de alguma experiência como vogal e vice-presidente do Atlético Sport Aviação-ASA, Manuela de Oliveira abraçou, desde a semana passada, o desafio de presidir à direcção desta agremiação, à frente de um elenco constituído por elementos bem calejados nestas andanças de associativismo desportivo. À partida, a nova líder dos “aviadores” tem pela frente uma empreitada que a vai obrigar a um redobrar de esforços, tendo em conta que o clube clama, há algum tempo, por mais alento em termos globais.
    “Faço parte da direcção do ASA desde 2007. Primeiro como vogal, depois como directora para o andebol e em seguida assumi a vice-presidência desta modalidade, na qual arrecadei muitos troféus a nível provincial e nacional. Portanto, estou ligada ao associativismo desportivo há pouco mais de cinco anos. Creio que já acumulei alguma experiência para poder desenvolver um trabalho satisfatório”, frisou.
    Antes de enveredar pelo associativismo desportivo, Manuela de Oliveira, luandense de nascimento e com 49 anos, suou a camisola nas quadras de jogo de basquetebol, representado, primeiro, o Atlético Sport Aviação e, depois, o Petro Atlético de Luanda. No ASA, começou a fazer o “gostinho” às mãos em 1978, aos 15 anos, e cinco épocas mais tarde rumou para a formação do Eixo-Viário, onde jogou durante cinco temporadas, ou seja, até 1987, altura em que se “aposentou”, por entender dever dar prioridade aos estudos.
    “Deixei de jogar relativamente cedo porque, a determinada altura, comecei a trabalhar e não conseguia conciliar a prática do desporto com a actividade laboral e os estudos. Portanto, optei pela minha formação e pelo trabalho. Ainda assim, continuei sempre ligada ao basquetebol, particularmente do ASA”, informou.
    Formada em Contabilidade e Auditoria, mãe de três filhas, sendo duas gémeas, a actual número um do clube do aeroporto é funcionária da Companhia Aérea de Bandeira Angolana (TAAG) há 30 anos, por sinal a principal patrocinadora da sua agremiação. Nesta instituição, onde tem uma folha de serviço irrepreensível, funciona actualmente no Gabinete de Auditoria, depois de ter passado por várias áreas chave da empresa.
    Por ser uma pessoa que sempre se propôs a grandes desafios, Manuela de Oliveira diz não se sentir inibida por conduzir agora um pelouro integrado maioritariamente por homens, “por ter um programa bem estruturado e contar com a fiel colaboração” de todos os adjuntos.
    “Estatutariamente, quem coordena toda a actividade do clube é o director-geral, que por sua vez recebe orientações do presidente, saídas da reunião com os vice-presidentes, que têm a incumbência de traçar políticas e remetê-las à aprovação do presidente. Portanto, as coisas estão bem equacionadas. Por isso, não me sinto de maneira alguma coibida de levar o barco a bom porto por ser uma mulher que está inserida num grupo de homens inteligentes e com competências reconhecidas.”

    Aconteceu  comigo

    Incidente
    no Girabola

    A presidente de direcção do ASA tem bem viva na memória o momento em que foi presa, em Outubro de 2009, pela Polícia em Luanda, durante o jogo entre o ASA e Petro de Luanda, no final do Girabola. Conta que, na tentativa de defender algumas das suas atletas de uma agressão perpetrada por adeptos de Petro, usou um spray de gás pimenta para afastar os malfeitores, mas acabou por ir parar aos calabouços da corporação.
    “Na altura era dirigente do ASA e deparei-me com uma situação de agressão às minhas atletas, protagonizadas por adeptos do Petro. Como tinha um spray de gás pimenta, tentei defender as jovens. Pouco tempo depois, a Polícia interveio, levou-me para a VI Esquadra e encarcerou-me, alegadamente porque tinha utilizado uma substância proibida. Fui a julgamento sumário e lá os juízes absorveram-me, por considerarem que fui acusada injustamente e não tinha utilizado substância proibida alguma, Isso, depois de ter passado cerca de duas noites presa e, naturalmente, por enormes constrangimentos.
    Portanto, hoje faço uma retrospectiva disso e concluo que são factos que ocorrem alheios à nossa vontade. Fui penalizada injustamente pelo investigador que conduziu o processo que, não sei por que razão, quis humilhar-me. Ao contrário do que muita gente pensava, não abdiquei da disposição de continuar a emprestar o meu saber ao desporto, particularmente ao meu ASA.”

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