Segunda-feira, Dezembro 4, 2023
14.2 C
Lisboa
More

    A nova cara 
do BNI

    Em Novembro de 2006, quando o Banco de Negócios Internacional (BNI) iniciou a sua actividade contava com apenas com dois balcões. Hoje, com um capital social de 20 milhões de dólares, distribuído por diversos accionistas — sendo os principais o presidente Mário Palhares, com 28,28%, João Baptista de Matos com 11,63% e Valdomiro Minoru Dondo, com 6,76% — o banco, conta com 600 colaboradores e uma rede de 63 agências (das quais 57 são balcões de retalho e seis BNI Prime), distribuídos por 14 províncias do país.

    O exercício do ano passado correu relativamente bem. Os activos atingiram os 1,2 mil milhões de dólares, o que se traduziu num aumento de 2,8% face ao anterior, e o resultado líquido atingiu os 34,3 milhões (mais 2,4 milhões do que em 2010, embora abaixo dos lucros de 2009). O crédito concedido atingiu os 600 milhões de dólares, um valor ligeiramente inferior ao de 2010 (a percentagem dos créditos sobre os activos passou de 50% para 48%). Para este ano, o banco pretende chegar aos 700 milhões de dólares de crédito (ultrapassando assim o máximo concedido em 2009 de 692 milhões). A julgar pelos resultados semestrais divulgados no site do banco, o objectivo parece estar no caminho.

    Prova dessa ambição de crescimento é o facto de o banco ter inaugurado no mês passado a sua nova sede, na Avenida Che Guevara, em Luanda. Trata-se de um edifício de seis andares, que demorou cerca de dois anos a ser finalizado, que vai albergar todos os serviços administrativos da instituição bancária. O presidente do conselho de administração (PCA) do BNI, Mário Palhares, disse que a abertura da sede se justifica devido ao crescimento do banco e constitui “a reafirmação da sua presença no mercado e a aproximação com os seus clientes, parceiros e empregados”. Sobre o novo edifício, que comporta escritórios, um refeitório e um auditório, o PCA acrescentou que “tem todas as funcionalidades necessárias a uma instituição financeira, obedecendo aos padrões internacionais. É um investimento que já se fazia sentir na nossa estratégia de crescimento e consolidação no sector financeiro angolano, como forma de melhorar as condições de atendimento dos nossos clientes e de trabalho dos nossos colaboradores”.

    As mudanças no BNI não se ficaram por aqui. Mário Palhares explicou que nos últimos meses aquela instituição bancária tem vindo a aplicar uma nova imagem institucional, através de uma nova assinatura de marca e um novo logótipo, presentes agora nas suas agências BNI Prime e na fachada do novo edifício. Entre as várias personalidades presentes na inauguração, destacou-se a do governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano Júnior, que valorizou a nova sede do BNI considerando que ela reflecte a modernização do sistema financeiro angolano. O governador também elogiou o BNI por estar a contribuir para a bancarização do país. “Neste momento, vamos com uma taxa de bancarização na ordem dos 22%, mas ainda temos um trabalho longo pela frente”, justificou.

    Abertura de escritórios em Lisboa

    Quanto ao crescimento interno, de referir que o BNI tem hoje uma quota de mercado de cerca de 3%, que deverá crescer com o alargamento a todas as províncias do país, um objectivo assumido publicamente pelos responsáveis do banco. Outra meta é o aumento da concessão de crédito. “Temos uma carteira diversificada que pode crescer. Estamos a trabalhar com grandes entidades, ou seja, parte do nosso crédito tem que ver com as grandes empresas. Financiamos também alguns projectos imobiliários e, de um modo geral, a economia”, revelou o administrador financeiro Sandro Africano. O responsável destacou igualmente o apoio a projectos específicos do Executivo. “Refiro-me concretamente às linhas bonificadas e aos microcréditos, bem como aos mecanismos de garantia pública. Temos 15 milhões de dólares canalizados para o microcrédito, no âmbito do protocolo que celebrámos com o Governo.”

    Subsidiária para microempreendedores

    Prova desse esforço é o facto do banco ter inaugurado no final do mês passado uma nova subsidiária, a FacilCred, dirigida especificamente aos projectos dos microempreendedores. Mário Palhares, que acumulará a presidência do BNI com a da nova sociedade de microcrédito, confirmou durante a cerimónia de inauguração que a FacilCred terá como público-alvo “aquele segmento populacional que não tem acesso ao sistema bancário”. Porém, o presidente recordou que as operações vão ser feitas nos balcões do BNI, uma vez que a FacilCred não é uma instituição bancária. 
“O cidadão, de forma individual ou colectiva, que pretender aderir aos serviços do FacilCred deve apresentar o seu projecto. Depois de aprovado, pode receber o financiamento, que vai até 1 milhão de kwanzas, num curto espaço de tempo, através dos balcões do BNI a nível nacional,” sublinhou.

    A instituição financeira não bancária, que terá um capital social de 300 milhões kwanzas, já está a disponibilizar quatro produtos segmentados, cujas características foram explicadas à comunicação social pela administradora da sociedade, Judite Correia. O primeiros desses produtos é o FacilSolidário. Vai financiar grupos (no máximo de seis a dez pessoas) para o desenvolvimento de uma actividade comercial ou iniciativa empresarial, num tecto mínimo de 10 mil e máximo de 1 milhão de kwanzas, com período de reembolso de duas semanas a seis meses. Depois há o FacilEmpreendedor, destinado a auxiliar a montagem de pequenos negócios individuais e o incremento de negócios já existentes, entre 50 mil a 1 milhão de kwanzas, reembolsáveis em três e 12 meses, respectivamente. Para o pagamento de propinas, aquisição de material escolar e cursos de especialização, há o FacilEstudante que oferece financiamentos entre 25 mil e 1 milhão de kwanzas, reembolsáveis de um a 12 meses. Por fim, existe o FacilSupermercado, para quem precisa de liquidez para realizar as “compras do mês”. O prazo de devolução é de 30 dias e os montantes variam entre os 25 mil e 1 milhão de kwanzas.

    A responsável do FacilCred acrescentou que, além do questionário socioeconómico submetido aos interessados, a sociedade criou a figura do agente de crédito, que vai aferir as informações no terreno e fazer o acompanhamento do processo desde o início até à conclusão do crédito. Presente na cerimónia de inauguração da sede do FacilCred, o vice-governador do BNA, António André Lopes, afirmou que “o surgimento desta sociedade vem fazer jus às preocupações do Executivo no sentido de aumentar os níveis de empreendedorismo e o crescimento do empresariado nacional. Ela vem demonstrar que existe interesse por parte do sistema financeiro em oferecer soluções de financiamento para as actividades dos microempreendedores”. A palavra agora cabe aos candidatos a empresários.

    Fonte: Exame Angola

     

     

     

     

    Publicidade

    spot_img

    1 COMENTÁRIO

    1. venho atravez desta solicitar informaçao sobre vossos creditos micro empreendedor para inicio da actividade

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Agressor mata turista alemão a facadas no centro de Paris

    Um homem identificado pelas autoridades francesas como um extremista islâmico com problemas mentais esfaqueou até a morte um turista...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema