Em Novembro de 2006, quando o Banco de Negócios Internacional (BNI) iniciou a sua actividade contava com apenas com dois balcões. Hoje, com um capital social de 20 milhões de dólares, distribuído por diversos accionistas — sendo os principais o presidente Mário Palhares, com 28,28%, João Baptista de Matos com 11,63% e Valdomiro Minoru Dondo, com 6,76% — o banco, conta com 600 colaboradores e uma rede de 63 agências (das quais 57 são balcões de retalho e seis BNI Prime), distribuídos por 14 províncias do país.
O exercício do ano passado correu relativamente bem. Os activos atingiram os 1,2 mil milhões de dólares, o que se traduziu num aumento de 2,8% face ao anterior, e o resultado líquido atingiu os 34,3 milhões (mais 2,4 milhões do que em 2010, embora abaixo dos lucros de 2009). O crédito concedido atingiu os 600 milhões de dólares, um valor ligeiramente inferior ao de 2010 (a percentagem dos créditos sobre os activos passou de 50% para 48%). Para este ano, o banco pretende chegar aos 700 milhões de dólares de crédito (ultrapassando assim o máximo concedido em 2009 de 692 milhões). A julgar pelos resultados semestrais divulgados no site do banco, o objectivo parece estar no caminho.
Prova dessa ambição de crescimento é o facto de o banco ter inaugurado no mês passado a sua nova sede, na Avenida Che Guevara, em Luanda. Trata-se de um edifício de seis andares, que demorou cerca de dois anos a ser finalizado, que vai albergar todos os serviços administrativos da instituição bancária. O presidente do conselho de administração (PCA) do BNI, Mário Palhares, disse que a abertura da sede se justifica devido ao crescimento do banco e constitui “a reafirmação da sua presença no mercado e a aproximação com os seus clientes, parceiros e empregados”. Sobre o novo edifício, que comporta escritórios, um refeitório e um auditório, o PCA acrescentou que “tem todas as funcionalidades necessárias a uma instituição financeira, obedecendo aos padrões internacionais. É um investimento que já se fazia sentir na nossa estratégia de crescimento e consolidação no sector financeiro angolano, como forma de melhorar as condições de atendimento dos nossos clientes e de trabalho dos nossos colaboradores”.
As mudanças no BNI não se ficaram por aqui. Mário Palhares explicou que nos últimos meses aquela instituição bancária tem vindo a aplicar uma nova imagem institucional, através de uma nova assinatura de marca e um novo logótipo, presentes agora nas suas agências BNI Prime e na fachada do novo edifício. Entre as várias personalidades presentes na inauguração, destacou-se a do governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano Júnior, que valorizou a nova sede do BNI considerando que ela reflecte a modernização do sistema financeiro angolano. O governador também elogiou o BNI por estar a contribuir para a bancarização do país. “Neste momento, vamos com uma taxa de bancarização na ordem dos 22%, mas ainda temos um trabalho longo pela frente”, justificou.
Abertura de escritórios em Lisboa
Quanto ao crescimento interno, de referir que o BNI tem hoje uma quota de mercado de cerca de 3%, que deverá crescer com o alargamento a todas as províncias do país, um objectivo assumido publicamente pelos responsáveis do banco. Outra meta é o aumento da concessão de crédito. “Temos uma carteira diversificada que pode crescer. Estamos a trabalhar com grandes entidades, ou seja, parte do nosso crédito tem que ver com as grandes empresas. Financiamos também alguns projectos imobiliários e, de um modo geral, a economia”, revelou o administrador financeiro Sandro Africano. O responsável destacou igualmente o apoio a projectos específicos do Executivo. “Refiro-me concretamente às linhas bonificadas e aos microcréditos, bem como aos mecanismos de garantia pública. Temos 15 milhões de dólares canalizados para o microcrédito, no âmbito do protocolo que celebrámos com o Governo.”
Subsidiária para microempreendedores
Prova desse esforço é o facto do banco ter inaugurado no final do mês passado uma nova subsidiária, a FacilCred, dirigida especificamente aos projectos dos microempreendedores. Mário Palhares, que acumulará a presidência do BNI com a da nova sociedade de microcrédito, confirmou durante a cerimónia de inauguração que a FacilCred terá como público-alvo “aquele segmento populacional que não tem acesso ao sistema bancário”. Porém, o presidente recordou que as operações vão ser feitas nos balcões do BNI, uma vez que a FacilCred não é uma instituição bancária. “O cidadão, de forma individual ou colectiva, que pretender aderir aos serviços do FacilCred deve apresentar o seu projecto. Depois de aprovado, pode receber o financiamento, que vai até 1 milhão de kwanzas, num curto espaço de tempo, através dos balcões do BNI a nível nacional,” sublinhou.
A instituição financeira não bancária, que terá um capital social de 300 milhões kwanzas, já está a disponibilizar quatro produtos segmentados, cujas características foram explicadas à comunicação social pela administradora da sociedade, Judite Correia. O primeiros desses produtos é o FacilSolidário. Vai financiar grupos (no máximo de seis a dez pessoas) para o desenvolvimento de uma actividade comercial ou iniciativa empresarial, num tecto mínimo de 10 mil e máximo de 1 milhão de kwanzas, com período de reembolso de duas semanas a seis meses. Depois há o FacilEmpreendedor, destinado a auxiliar a montagem de pequenos negócios individuais e o incremento de negócios já existentes, entre 50 mil a 1 milhão de kwanzas, reembolsáveis em três e 12 meses, respectivamente. Para o pagamento de propinas, aquisição de material escolar e cursos de especialização, há o FacilEstudante que oferece financiamentos entre 25 mil e 1 milhão de kwanzas, reembolsáveis de um a 12 meses. Por fim, existe o FacilSupermercado, para quem precisa de liquidez para realizar as “compras do mês”. O prazo de devolução é de 30 dias e os montantes variam entre os 25 mil e 1 milhão de kwanzas.
A responsável do FacilCred acrescentou que, além do questionário socioeconómico submetido aos interessados, a sociedade criou a figura do agente de crédito, que vai aferir as informações no terreno e fazer o acompanhamento do processo desde o início até à conclusão do crédito. Presente na cerimónia de inauguração da sede do FacilCred, o vice-governador do BNA, António André Lopes, afirmou que “o surgimento desta sociedade vem fazer jus às preocupações do Executivo no sentido de aumentar os níveis de empreendedorismo e o crescimento do empresariado nacional. Ela vem demonstrar que existe interesse por parte do sistema financeiro em oferecer soluções de financiamento para as actividades dos microempreendedores”. A palavra agora cabe aos candidatos a empresários.
Fonte: Exame Angola
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