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    A economia moçambicana cresce mas não cria poupança, alertam especialistas

    Pouco mais de 36 por cento da população moçambicana adulta tem conta bancária.

    Moçambique assinala o Dia Internacional da Poupança, amanhã, 31, com o reconhecimento de que o país não tem estado a acumular riqueza que proporcione oportunidades para que os cidadãos criem fontes próprias de poupança, para puder lidar com choques a longo prazo.

    Dados oficiais recentes estimam em pouco mais de 36 por cento a parcela da população moçambicana adulta com conta bancária, um número muito baixo relativamente à média regional.

    Alguns analistas criticam a estratégia governamental de crescimento, baseada na substituição da poupança interna pela externa, porque, dizem, isso significa que Moçambique não tem criado poupança.

    Este ponto de vista é defendido pelo economista António Francisco, para quem, “apesar de na última década ter começado a verificar-se alguma poupança positiva, a mesma ainda é muito limitada, que não financia nem 10 por cento do investimento nacional”.

    Outros economistas vêm a inclusão financeira como uma das formas de aumentar a poupança interna, sustentando que um incremento do número de pessoas com acesso a serviços bancários, vai resultar no crescimento do número de poupadores.

    Esselina Macome considera que, neste particular, é fundamental dar primazia ao género feminino, que foi aquele que mais contribuiu para que o número de moçambicanos com acesso a serviços financeiros passasse de 2.8 milhões, em 2014, para três milhões, actualmente.

    A economista Celeste Banze está de acordo, mas questiona como fazê-lo no contexto actual da falta de viabilidade comercial que impede a penetração de agentes bancários em determinadas zonas do país.

    Segundo ela, cerca de 15 por cento da população rural tem acesso à corrente eléctrica, sendo que em zonas urbanas, a cifra se estima em 30 porcento.

    O Banco de Moçambique reconhece que o facto de as instituições financeiras estarem ainda distantes das populações, também contribui para o fraco relacionamento bancário, mas sublinha que o mais importante não é apenas que essas instituições estejam mais perto das pessoas, “mas que as populações usem o sistema financeiro”.

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    FonteVoA

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