Nem as denúncias recentes sobre as más condições nas fábricas chinesas que montam os aparelhos da Apple, nem o facto de este modelo do iPad ter poucas novidades face ao antecessor afastaram o entusiasmo dos consumidores.
O aparelho foi nesta sexta-feira posto à venda em nove países (EUA, Alemanha, Austrália, Canadá, França, Japão, Reino Unido, Singapura e Suíça) e em Hong Kong. Como habitual, as lojas da Apple tinham longas filas de compradores. Quem pré-encomendou online foi avisado de que poderia ter de esperar duas a três semanas para receber o produto.
“Não creio que valha o preço, mas acho que sou uma vítima da sociedade”, explicou à agência Associated Press Athena May, uma jovem de 21 anos que enfrentou as filas de uma loja em Paris para conseguir um aparelho (em França, a versão mais barata custa 489 euros, preço semelhante ao do resto dos países europeus).
Um programador de aplicações para iPad, que esperava à porta de uma loja em Munique, na Alemanha, disse simplesmente à agência Reuters: “Não é possível explicar”.
Em Hong Kong, foi preciso um sorteio online para determinar quem teria o privilégio de poder comprar logo no primeiro dia o iPad na única loja da Apple neste território.
A grande novidade do novo iPad é o ecrã, que tem muito mais resolução do que o anterior. Para além disto, o processador e a câmara foram melhorados, o tipo de actualização habitual quando as marcas de tecnologia de consumo lançam novos modelos.
O terceiro iPad (a Apple não lhe chama iPad 3) pode também ser usado com as redes 4G do Canadá e EUA (não é compatível com o 4G em Portugal). E é o primeiro a chegar pela mão do novo CEO, Tim Cook.
A Apple é uma marca bem conhecida por saber criar entusiasmo em torno dos lançamentos de produtos. Em 2010, o primeiro iPad foi apresentado por Steve Jobs como “um dispositivo mágico e revolucionário”. O segundo foi descrito como “um salto gigante em frente”, que iria “definir o segmento durante anos”. O terceiro, mostrado no início deste mês por Cook, está “num novo nível” e é “verdadeiramente revolucionário”.
Apesar de terem surgido no mercado vários tablets (sobretudo equipados com o sistema Android), de fabricantes como a HTC, Motorola e Samsung (e, mais recentemente, um modelo da Amazon), o iPad continua a ser o mais popular no segmento e a as outras marcas têm tido dificuldades em criar produtos que ameacem o líder.
A preparar-se para entrar no mercado está agora a Nokia. Sem adiantar pormenores ou data de lançamento, um executivo da empresa confirmou nesta quinta-feira o que já era especulado há muito: depois da estratégia de se aliar à Microsoft para o mercado dos smartphones, a Nokia vai avançar para os tablets.
Dada a actual proximidade entre Nokia e Microsoft (para além da parceria estratégica nos smartphones, o CEO da Nokia é um ex-executivo de topo da multinacional americana), o dispositivo da Nokia deverá estar equipado com o Windows 8, a próxima versão do sistema da Microsoft, que é a primeira a ser concebida para ser usada tanto em computadores como em tablets.
O entusiasmo com este terceiro iPad tem levado a uma subida das acções da Apple e cada acção custa mais do que algumas versões do iPad. Nesta quinta-feira, a cotação chegou mesmo a atingir o recorde de 600 dólares. Nesta tarde, rondava os 586 dólares.
Fonte: Publico