Relatório da Casa Branca confirma que EUA estão abertos a investigar modificação da radiação solar, ou seja, bloqueio do sol
Parece ficção científica, mas não é. Alguns investigadores querem arrefecer a Terra refletindo a luz solar de volta para o espaço.
Apesar de um pouco bizarra, a ideia está na moda. Os Estados Unidos manifestaram interesse em estudar a hipótese de usar a “modificação da radiação solar” (SRM é a sigla do termo em inglês), de acordo com um relatório da Casa Branca da semana passada.
Os defensores da ideia afirmam que esta poderia reduzir os impactos devastadores das alterações climáticas e até mesmo voltar a congelar os polos.
“A SRM oferece a possibilidade de arrefecer o planeta de forma significativa numa escala de tempo de alguns anos”, lê-se no relatório.
No início do ano, vários meios de comunicação social referiram que as Nações Unidas estão igualmente interessadas em “explorar” esta hipótese.
Como pode o bloqueio do sol travar as alterações climáticas?
As tecnologias de “bloqueio do sol” – também conhecidas como “modificação da radiação solar” – poderiam teoricamente arrefecer a Terra, refletindo a luz solar de volta para o espaço.
Um cenário consiste em bombear partículas bloqueadoras do sol para a atmosfera superior. Este processo de injeção de aerossol estratosférico envolveria aviões que pulverizassem dióxido de enxofre, por exemplo, na estratosfera.
Esta névoa de partículas refletiria o sol de volta para cima, protegendo a Terra. O método já funcionou – embora acidentalmente.
Quando o Monte Pinatubo, nas Filipinas, entrou em erupção em 1991, libertou milhares de toneladas de dióxido de enxofre. A temperatura global baixou temporariamente 0,5°C.
Em setembro de 2022, investigadores da Universidade de Yale argumentaram que o método de injeção poderia hipoteticamente voltar a congelar os polos.