O governo português aconselha a União Europeia (UE) a não esquecer os compomissos que assinou com a União Africana, bem como o apoio necessario a países frágeis na América Latina. São dois exemplos dados pelo primeiro-ministro, António Costa, sobre a necessidade da guerra na Ucrânia ser analisada, também, do ponto de vista dos impactos no resto do mundo.
António Costa está, assim, em sintonia com o secretário-geral da ONU, António Guterres, que veio à cimeira de Bruxelas pedir apoio para redesenhar as polítcas de cooperação para o desenvolvimento.
“É importante que a UE saiba ouvir a voz avisada e de bom senso do secretário-geral da ONU para que as sanções atinjam os objetivos pretendidos”, mas “sem que isso afete outros países, outros povos, e, muito menos, ponha em risco a segurança alimentar à escala global”, disse Costa aos jornalistas que o aguardavam para as primeiras impressões sobre a cimeira da UE, em Bruxelas.
União Bancária Europeia por completar
Nós temos insistido, continuamente, que é nos momentos de acalmia que se devem tratar estes problemas, aproveitar os dias de sol para tratar do telhado”.
-António Costa
Primeiro-ministro, Portugal
No que se refere à novas estratégias de competitividade, a nível da autonomia industrial e energética, Costa considerou são muito importantes para o futuro comunitário. Já questionado sobre uma possível crise bancária, face à queda de bancos nos EUA e na Suíça, o primeiro-ministro salientou que é importante aprovar a garantia de depósitos para poder completar a União Bancária Europeia.
“Nós temos insistido, continuamente, que é nos momentos de acalmia que se devem tratar estes problemas, aproveitar os dias de sol para tratar do telhado. Não foi o que aconteceu, mas agora que já há muitas nuvens no ar, convém não perder tempo e concluir o dossiê da União Bancária”, referiu o primeiro-ministro.
Este tema dos bancos não deixará de ser abordado na sessão sobre a zona euro, sexta-feira, com a presença da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.