O caminho futuro da política monetária revelará mais sobre como o Fed vê a recente turbulência bancária do que a tão esperada decisão que o FED deverá tomar hoje sobre as taxas de juro.
Antes do colapso do Silicon Valley Bank, o mercado antecipava uma taxa máxima dos fundos federais de 5,5% a 5,75%, com alguns vendo-a subindo para 6%. A última previsão do Fed em dezembro apontava para 5,1%, mas muita coisa mudou desde então – não apenas uma série de dados económicos fortes e várias falências de bancos.
O problema do Fed é que, embora o estresse bancário pareça ter diminuído nos últimos dias, ainda não acabou. Isso torna as decisões e previsões desafiadoras.
O Banco Central Europeu tomou sua decisão bem no meio do pânico bancário da semana passada. O BCE decidiu manter o seu plano de um aumento de 50 pontos de base das taxas de juro, desafiando expectativas que apontavam para um abrandamento das taxas de juro.
No entanto, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que a turbulência bancaria pode acabar fazendo parte do trabalho do banco central – suavizar a demanda e ter o mesmo impacto que os aumentos de juros.
Se o Fed enxergar as coisas da mesma forma, então menos aumentos – e uma taxa terminal mais baixa – podem estar a caminho. Dito isto, a redução da inflação, que se mantém a uma taxa anual de 6%, continua a ser uma prioridade.
O Banco da Inglaterra, que tomará sua própria decisão sobre as taxas na quinta-feira, foi lembrado disso na quarta-feira, quando a inflação do Reino Unido saltou inesperadamente de 10,1% para 10,4%, após três meses de retração. Lagarde também reiterou hoje que a inflação na zona do euro ainda é alta.
Os mercados podem estar ansiosos por clareza dos bancos centrais, mas com o sistema bancário ainda no limite, eles talvez tenham que esperar ainda mais por maior clareza na condução das políticas monetárias.