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    União Europeia impõe preços máximos a produtos petrolíferos refinados russos

    A União Europeia (UE) intensificou a luta económica contra a Rússia, no domingo, ao implementar um conjunto de medidas sobre o mercado petrolífero, nomeadamente a entrada em vigor de uma proibição de importação de produtos petrolíferos refinados russos.

    Esta medida inclui a aquisição de gasóleo e combustível para aviões a jacto.

    “Na UE, até 5 de fevereiro, foram importados da Rússia cerca de 70 milhões de euros, por dia, de produtos petrolíferos, especialmente gasóleo. A UE tem sido, de longe, o maior comprador de produtos petrolíferos da Rússia. Portanto, esta medida terá um grande impacto”, referiu, à Euronews, Lauri Myllyvirta, analista no Centro de Investigação sobre Energia e Ar Limpo.

    A curto prazo, os peritos não estão preocupados com a escassez de gasóleo, uma vez que as empresas fizeram um armazenamento a contar com esta situação. Ainda não é possível antecipar as tendências de longo prazo.

    O limite de preços para este comércio deveriam ser substancialmente mais baixos do que o que foi fixado.
    -Lauri Myllyvirta

    Analista, Centro de Investigação sobre Energia e Ar Limpo
    Também a partir de 5 de fevereiro, a UE e os parceiros no G7 (EUA, Canadá, Reino Unido e Japão) passaram a impôr teto máximo de preço para todos os produtos refinados do petróleo e não apenas o combustível em bruto.

    Isto significa que as empresas com sede na UE não podem fazer negócios com produtos de primeira qualidade, tais como querosene e gasolina, a um preço superior a 100 dólares por barril, se for proveniente de petroleiros russos.

    Para os chamados produtos “com desconto”, óleo combustível e nafta, foi fixado um preço máximo de 45 dólares por barril.

    “Os limites de preços máximos dos vários produtos petrolíferos é fixado a um nível elevado. Assim, a Rússia ainda vai poder lucrar com este comércio. As empresas europeias vão continuar a transportar petróleo bruto e produtos petrolíferos russos para países terceiros. O limite de preços para este comércio deveriam ser substancialmente mais baixos do que o que foi fixado”, considera a analista Lauri Myllyvirta.

    Rússia contorna a legislação?

    A Rússia poderá contornar as últimas sanções da UE se algumas falhas nesta legislação não forem colmatadas, avisa Lauri Myllyvirta.

    “Este vai ser um “jogo do gato e do rato”, ou continuará enquanto a Rússia levar a cabo a guerra de contra a Ucrânia. Assim, por exemplo, a Rússia está agora a exportar petróleo bruto para países como a Turquia, Emiratos Árabes Unidos, Índia. Esses países depois refinaram produtos petrolíferos a partir do petróleo bruto russo. Alguns desses produtos refinados são importados para a UE, para os EUA, para a Austrália, etc. Esta é uma lacuna que pode ser resolvida”, explicou a analista.

    A UE está também a trabalhar num novo conjunto de sanções contra a Rússia, que deverá ser introduzido até ao primeiro aniversário da invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro.

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