Mais de 1.300 pessoas terão morrido e mais de 5.300 ficaram feridas na sequência de uma série de fortes sismos com magnitudes entre os 6 e os 7.8 graus na escala de Richter, registados no sul da Turquia, afetando também tragicamente parte da Síria.
O balanço de vítimas está a ser atualizado por agências de notícias de ambos os países, citando fontes oficiais, incluindo o Presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, que aponta para pelo menos 912 mortos só na Turquia.
Milhares de edifícios ruíram e há ainda muitas pessoas soterradas. O balanço deve agravar-se ao longo do dia e talvez da semana.
A União Europeia, através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, a NATO e diversos países europeus a título individual como a Grécia ou a Bulgária já anunciaram o envio de equipas de resgate para ajudar na busca por sobreviventes.
A agência de notícias turca Anadolu cita a Agência de Gestão de Desastres da Turquia (AFAD), adiantou o registo de um sismo de magnitude de 7.4 registado às 04:17 horas locais (menos três horas em Lisboa), seguido de mais de 40 réplicas, algumas de 6.6 graus.
A AFAD coloca o epicentro do sismo na região de Pazarcık, província de Kahramanmaraş, cerca de 100 quilómetros a norte da fronteira com a Síria.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos registou o abalo mais forte também pelas 04:17 horas da manhã, mas com uma magnitude de 7,8 graus, localizando-o em Nurdağı, cerca de 77 quilómetros a oeste de Gaziantep e 60 a norte da fronteira com a Síria.
A agência estatal síria SANA cita o Ministério da Saúde e fala em pelo menos “326 mortos e 1.042 feridos, a maioria nas províncias de Alepo, Hama Latakia e Tartous”. Nas regiões rebeldes, o balanço efetuado pelos “capacetes brancos” aponta para pelo menos 120 mortos.
A Associated Press explica que o sismo atingiu uma região síria controlada pela oposição ao regime de Bashar al-Assad e onde estarão deslocadas pela guerra civil cerca de quatro milhões de pessoas. Muitas a viverem em habitações com poucas condições.
O sismo teve o epicentro a norte da cidade de Gaziantep, a cerca de 90 quilómetros da fronteira com a Síria, e foi sentido sentido inclusive no Cairo, a capital do Egito, no Líbano, com vários residentes de Beirute a passar o resto da noite em carros. Em Itália, foi emitido um alerta para possível maremoto na costa leste, mas já retirado.
Ajuda internacional
Além da NATO e da União Europeia, o primeiro-ministro dos Países Baixos anunciou o envio de uma equipa de busca e resgate para a região afetada pelos sismos, no sul da Turquia e no norte da Síria. Numa publicação nas redes sociais, Mark Rutte manifestou pesar pelas vítimas deste “severo desastre natural”.
O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, também já ofereceu ajuda e até Israel, com quem a Turquia está em processo de reatamento de relações diplomáticas.
Apesar das sanções e bloqueios internacionais devido à invasão da Ucrânia, a Rússia anunciou estar a preparar o envio para a Turquia de equipas de resgate para ajudar nas buscas por sobreviventes da sequência de fortes sismos desta segunda-feira.
O Presidente Vladimir Putin já enviou as condolências aos dois homólogos, o turco Recep Tayyp Erdogan e o aliado sírio Bashar al-Assad, pela trágica ocorrência desta manhã.