A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, de maioria republicana, aprovou nesta quinta-feira (2) uma moção para expulsar do Comitê de Relações Exteriores a democrata Ilhan Omar, acusada pela oposição de ter feito comentários antissemitas, caso que seu partido chamou de “vingança política”.
Ex-refugiada da Somália, Ilhan é a terceira congressista democrata expulsa de um comitê parlamentar neste ano. Ela é acusada de ter feito comentários críticos a Israel desde 2012, que foram condenados por ambos os partidos.
“Sou muçulmana, imigrante e, coincidentemente, venho da África”, declarou a congressista em discurso no plenário do Congresso, antes da votação que a expulsou do comitê.
“Alguém se surpreende que estejam me atacando? Que, de alguma forma, eu seja considerada indigna de falar sobre a política externa americana?”, questionou Ilhan.
Durante sua campanha para presidir a Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy prometeu expulsar congressistas democratas de comitês parlamentares. Segundo ele, os democratas abriram precedentes quando detinham a maioria das cadeiras na Câmara, ao expulsarem de alguns comitês os polêmicos Marjorie Taylor Greene e Paul Gosar, a quem acusavam de incitar a violência contra seus adversários políticos.
Ilhan Omar, uma das duas muçulmanas no Congresso, pediu desculpas em 2019, depois de sugerir que o apoio republicano aos israelitas havia sido alimentado por doações financeiras de um grupo de pressão pró-Israel.
Cinco anos antes, antes de entrar no Congresso, Ilhan afirmou que Israel havia “hipnotizado o mundo” e pediu que as pessoas abrissem os olhos para “as más ações” do aliado americano.
A congressista de Minnesota declara que não sabia, naquele momento, que seus comentários se enquadravam nos estereótipos antissemitas.
O líder democrata da Câmara, Hakeem Jeffries, ressaltou que os comentários de Ilhan já passaram por processos disciplinares, e chamou a expulsão de Ilhan de “vingança política”.