A economia dos EUA arrefeceu ligeiramente no final do ano passado e terminou 2022 com uma taxa de crescimento sólido de 2,9%, informou nesta quinta-feira, 26, o Ministério do Comércio.
Analistas económicos sugerem que uma recessão ainda é possível no final de 2023.
O crescimento de Outubro a Dezembro caiu de uma taxa de 3,2% no terceiro trimestre, após um semestre em que a maior economia do mundo encolheu.
Durante todo o ano de 2022, a economia cresceu de froma sólida, mas não para atirar foguetes, 2,1, abaixo da robusta taxa de crescimento de 5,7% em 2021, quando a recuperação da pandemia de coronavírus estava em pleno vigor.
O ano passado foi repleto de situações contrastantes, como o crescimento mais rápido dos preços ao consumidor em quatro décadas, o que levou os americanos, de todos os escalões sociais, a apertarem o cinto, ao mesmo que o país registou a menor taxa de desemprego em 50 anos, com milhões de milhares de novos trabalhos a serem criados todos os meses.
Do outro lado, os custos de empréstimos para empresas e empréstimos ao consumidor e hipotecas imobiliárias aumentaram acentuadamente quando o banco central do país, o Federal Reserve, aumentou a sua taxa básica de juros sete vezes, num esforço destinado a desacelerar o crescimento económico e conter a inflação.
Alguns analistas admitem que o país possa vir a enfrentar uma recessão nos próximos meses.
Com taxas de juros mais altas, a compra de imóveis e as vendas no atacado caíram, enquanto a produção industrial também foi menor em Novembro e Dezembro.
A contratação de trabalhadores temporários começa a enfraquecer e grandes empresas, especialmente de tecnologia e de comunicação social, estão a demitir milhares de trabalhadores.
Embora a taxa de inflação nos preços ao consumidor tenha caído, ela permanece alta à luz dos padrões históricos, 6,5%, bem acima dos 2 por cento, defendida pelo banco central, e é provável que permaneça alta durante grande parte de 2023.
Estes dados foram revelados no momento em que Administração Biden e a nova maioria republicana na Câmara dos Deputados encontram-se num impasse sobre o aumento do limite da dívida nacional, agora em 31,4 trilhões de dólares.
Os EUA podem atingir o limite de gastos no início de Junho.