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    EUA: África pede revogação da lei anti-Rússia

    Os Estados africanos representados na Cimeira de Líderes EUA-África solicitaram, em Washington DC, a revogação da Lei dos Estados Unidos da América, que prevê punir os países envolvidos em negócios com a Rússia.

    A medida foi anunciada esta sexta-feira, na capital norte-americana, pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, que disse haver
    reivindicação de África, no sentido do levantamento da Lei, para evitar-se impedimentos às parcerias dos Estados africanos.

    Trata-se de um diploma criado para punir com sanções os países do africanos envolvidos em comércio com a Rússia, ante o cenário de conflito militar entre aquele país e a Ucrânia, em curso há vários meses.

    O diploma, intitulado “Lei de Combate a Actividades Malignas da Rússia na África”, foi apresentado pelo Partido Republicano, mas recebeu apoio do Partido Democrata, tendo sido aprovado em Abril deste ano, na Câmara dos deputados.

    “África reivindicou que essa lei fosse levantada, para não haver impedimento às parcerias que o continente africano desenvolveu”, sublinhou o ministro angolano, que disse ter sido, também, solicitado o levantamento do embargo contra o Zimbabwe.

    Os EUA impuseram sanções financeiras e de viagens à elite política, militar e económica do Zimbabwe, bem como a empresas ligadas ao Estado, há cerca de duas décadas.

    A medida deveu-se a violentas apreensões em massa de terras de propriedade de brancos, alegadas fraudes eleitorais e violações dos direitos humanos, pelo antigo Presidente Robert Mugabe (falecido).

    O Zimbabwe foi considerado, até a altura da independência, em 1980, uma das economias mais promissoras da África. Actualmente, regista deficiências no seu sistema de saúde, fornecimento de água, transporte e a nível das infra-estruturas públicas.

    “O continente pensa que as sanções afectam bastante os países e a própria integração económica. É só olhar para a região austral, o que foi o Zimbabwe no passado e o que é hoje. A contribuição deste país para a integração regional também sofreu”, exprimiu Téte António.

    Em relação aos resultados globais da Cimeira de Washington, o governante disse ter sido positiva para os Estados africanos e para os EUA, na medida em que todos os temas tratados estiveram à volta das seis prioridades definidas por África.

    Segundo o ministro, as prioridades do continente africano têm a ver com a questão de paz, segurança, lutas contra o terrorismo, construção de infra-estruturas, realocação do direito de tiragens especiais e a suspensão da dívida, que tem um peso tremendo nas economias.

    De igual modo, disse que os Estados africanos apresentaram como prioridades da sua agenda de cooperação com os EUA, o apoio à questão das mudanças climáticas (África necessita de 86 biliões de dólares para o programa de adaptação), e a soberania alimentar.

    “Quem não consegue alimentar-se, dificilmente pode falar de soberania. Aquele que te alimenta, também tira a soberania ao mesmo tempo. Pensamos que era preciso pôr isso como uma prioridade do continente africano”, defendeu o ministro.

    Outro pilar apontado por Téte António, que marcou as conversações com as autoridades dos Estados Unidos das América, tem a ver com o desejo dos africanos de conseguirem lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU e tornarem-se membros do G20.

    “Essas são as prioridades que o continente tinha, e pensamos que pelos temas agendados para essa cimeira, houve uma resposta cabal da parte americana, que vai apoiar a inclusão de África no G20, como União Africana, e apoiar a reivindicação africana para um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU”, declarou.

    Segundo o ministro angolano, na última sessão da Cimeira, realizada quinta-feira, o governo dos EUA dedicou à análise da Agenda 2063, da União Africa, que contempla as prioridades dos Estados membros.

    “É uma abordagem totalmente diferente, que tem a ver com resposta às prioridades do Continente Africano”, rematou.

    A Cimeira de Washington, uma iniciativa do Presidente Joe Biden, apoiada pela União Africana, decorreu de 13 a 15 de Dezembro, com a participação de mais de 49 líderes africanos, incluindo o Chefe de Estado angolano, João Lourenço.

    Durante os dois primeiros dias, vários eventos foram realizados, com destaque para o Fórum da Juventude e o Congresso Anual da Eximbank, que contou com mais de 100 participantes.

    Na quarta-feira, decorreu o Fórum de Negócios, encontro em que o Presidente de Angola interveio no painel relacionado com o tema “Construindo um Futuro Sustentável: Parcerias para Financiar Infra-estruturas Africanas e a Transição Energética”.

    ANGOP

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