A necessidade de limpeza às contas da Sonangol para assegurar que as demonstrações financeiras reflictam de forma apropriada a situação patrimonial da empresa está a motivar o atraso que se verifica na publicação dos números referentes ao exercício de 2020, apurou o Expansão.
A limpeza nas contas, entenda-se eliminação de algumas reservas levantadas pelo auditor, está já concluído o que já permitiu a elaboração das demonstrações financeiras da Sonangol. O Expansão apurou ainda que neste momento o conselho fiscal está a preparar o seu parecer.
Adiciona-se ainda a necessidade de um encontro de contas entre o que a Sonangol tem a receber do Estado pelos subsídios e o que a empresa teria que pagar à AGT. É que o acordo firmado no ano passado prevê que o Ministério das Finanças, após reconhecer a dívida, não entrega o valor dos subsídios aos preços dos combustíveis à Sonangol e em troca a petrolífera é desobrigada de pagar alguns impostos ao fisco. Aliás, tal questão, segundo apurou o Expansão, levou a Sonangol a solicitar uma moratória junto da AGT enquanto faz os acertos nas suas contas eliminando reservas que podem ser levantadas por via da apresentação dos documentos.
Quem está a pressionar a Sonangol é o Tribunal de Contas que precisa de dar o aval a algumas questões ligadas às contas da empresa. O Expansão sabe que o atraso na publicação das contas cria constrangimentos ao tribunal que por sua vez tem pressionado a Sonangol a fechar o tema o mais breve possível.
Questionada sobre o assunto, a Sonangol não respondeu formalmente às questões enviadas ao seu departamento de comunicação. Mas foi possível apurar junto de fontes ligadas ao processo que a Sonangol defende estar ainda dentro do prazo das moratórias solicitadas junto da AGT e do IGAPE e, sem apontarem datas, dizem que a publicação está para muito breve.
