O director do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas norte-americano, Anthony Fauci, acredita que a Covid 19 vai deixar de ser uma pandemia devido às vacinas, mas aconselhou a “não baixar as armas” porque prevê que o Coronavírus seja endémico.
“Duvido que vamos erradicar isto. Precisamos de planear porque é algo que podemos precisar de manter sob controlo de forma crónica. Pode ser que se torne endémica, algo que temos de ter cuidado. De certeza que não vai continuar a ser pandémica durante muito mais tempo, porque acredito que as vacinas vão dar a volta”, afirmou hoje durante um ‘webinar’ com o Instituto Real de Relações Internacionais (Chatham House).
Porém, o epidemiologista também vincou a necessidade de continuarem a ser respeitadas as orientações para evitar a transmissão do vírus, nomeadamente o uso universal de máscaras, distanciamento social físico, evitar multidões, socializar ao ar livre em vez de espaços fechados e lavar as mãos.
Fauci alertou para o risco de as pessoas deixarem de seguir as recomendações e restrições por causa por causa dos resultados anunciados na segunda-feira pela farmacêutica norte-americana Pfizer e a empresa alemã de biotecnologia BioNTech de que a vacina que desenvolveram demonstrou uma eficácia superior a 90%.
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Fauci disse que o facto de o SARS-Cov-2 ser um vírus de tipo RNA significa que está em constante mutação, mas “a maioria das mutações não são necessariamente relevantes em termos funcionais”, e não espera, baseado noutros vírus do mesmo tipo ao longo do tempo, que este se torne mais virulento.
“Mas não penso que vá interferir necessariamente seja com a vacina ou com terapias”, vincou
Para o futuro, independentemente da “abordagem geral” que o presidente eleito Joe Biden introduza em janeiro, quando assumir funções, defende a necessidade de mais terapias para as fases iniciais da doença.
“Os estudos mostram que a Dexametasona e o Remdesivir têm efeitos positivos mais tarde, quando as pessoas estão hospitalizadas, mesmo quando estão hospitalizadas, mesmo quando estão com ventilizador a receber oxigénio (…) Precisamos e temos resultados promissores, que penso que vão melhorar com o tempo de anti-corpos monoclonais direccionados ao vírus, para evitar que as pessoas tenham de ir para o hospital, bem como ant-víricos directos”, acrescentou.
Apesar de completar 80 anos em Dezembro e de dirigir o Instituto há 36, Fauci disse que não pretende retirar-se e que, para além da covid-19, quer desenvolver medidas de combate a outras doenças graves como a malária ou tuberculose.
PANDEMIA JÁ FEZ MAIS DE 1,2 MILHÕES DE MORTOS
A Pandemia de Covid 19 provocou pelo menos 1.285.160 mortos em mais de 52,1 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela Agência francesa AFP.
Em Portugal morreram 3.103 pessoas dos 192.172 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da direcção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo Coronavírus detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.