“No decurso das acções de defesa da população contra acções terroristas, as Forças de Defesa e Segurança atingiram vários resultados operativos, sendo de destacar 59 baixas infringidas aos terroristas, destruição de seis acampamentos e meios usados pelos terroristas”, lê-se numa nota distribuída à comunicação social.
Durante o período, segundo o documento, os grupos armados, cujos membros estão “infiltrados na comunidade”, realizaram ataques sequenciados as aldeias de Anga, Buji, Ausse e a vila sede de Mocímboa da Praia.
“Prosseguem acções visando a neutralização dos terroristas, que tem usado a população como escudo nas regiões afectadas”, referiu a nota das FDS, que reiteram “o seu compromisso e engajamento no restabelecimento da ordem” e na defesa da soberania do país.
Embora o comunicado das FDS não avance informações sobre baixas entre elementos das forças governamentais, uma fonte do Exército moçambicano disse à Lusa que os grupos armados invadiram na madrugada de hoje o porto de Mocímboa da Praia e as confrontações deixaram um número desconhecido de mortos, incluindo elementos da força marinha.
“Há vários colegas nossos da força marinha que morreram”, disse a fonte, acrescentando que nas instalações portuárias daquela vila, situada a cerca de 345 quilómetros da capital provincial de Cabo Delgado, os atacantes, que reivindicam uma causa `jihadista` contra as autoridades, conseguiram instalar um ponto de resistência.
“Muitas pessoas fugiram. Os que mais sofreram foram os que estavam de prontidão, mas não estavam devidamente equipados para fazer face a eles [os insurgentes]”, declarou.
Mocímboa da Praia tinha sido invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de Março, numa acção depois reivindicada pelo grupo `jihadista` Estado Islâmico.
Mocímboa da Praia é uma das principais vilas da província, situada 70 quilómetros a sul da área de construção do projecto de exploração de gás natural conduzido por várias petrolíferas internacionais e liderado pela Total.
Os ataques de grupos armados na província de Cabo Delgado eclodiram em Outubro de 2017 mesmo em Mocímboa da Praia e já provocaram, pelo menos, a morte de 1.059 pessoas.
De acordo com as Nações Unidas, a violência armada naquela província do norte de Moçambique forçou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afectados pela insegurança, mais a norte da província.