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    Andebol – 46 anos de domínio em África

    Treze títulos africanos, seis participações consecutivas em Jogos Olímpicos (desde Atlanta’1996), sétimo lugar no Campeonato do Mundo França’2007 fazem do andebol angolano hegemónico em África, em 46 anos de existência, a assinalar-se hoje, quarta-feira.

    O dia do andebol foi instituído por conta de um episódio em 1974, quando a 20 de Maio, no calor da luta anti-colonial, um grupo de desportistas nacionalistas rebelou-se contra a administração Portuguesa, recusando-se a continuar sendo uma associação provincial.

    Na altura, liderados por Victor Nunes, dirigentes, treinadores e praticantes realizaram uma actividade que consistia em pedir a constituição de uma federação, mas não foram bem sucedidos.

    No entanto, já com o país independente a partir de 1975, a Federação Angolana de Andebol (FAAND) foi instituída em 1978, com a inscrição na Federação Internacional (IHF) e nomeação de Francisco de Almeida como primeiro presidente do órgão, em 1979.

    A efeméride, que se assinala esta quarta-feira, não será celebrada como anteriormente, porque num ano atípico, “interpôs-se” a pandemia do novo coronavírus (covid-19), que forçou a anulação ou interregno de várias competições no mundo.

    O histórico do domínio avassalador de Angola no continente berço da humanidade iniciou-se em 1989, em Argel, com a conquista da primeira taça africana, muito “por culpa” das “senhoras”.

    De lá para cá totalizam-se 13 troféus – o último ocorreu em 2018, na República do Congo.

    As angolanas estiveram por 13 vezes em Campeonatos do Mundo, destacando-se o sétimo lugar alcançado na edição 2007 em França, a melhor classificação de sempre. Obteve-se ainda um oitavo posto no Brasil, em 2011.

    Angola competiu já por seis vezes em Jogos Olímpicos – Atlanta (1996), Sidney (2000), Atenas (2004), Pequim (2008), Londres (2012) e Rio de Janeiro (2016).

    A nível de clubes, na Taça dos Campeões africanos, a formação feminina do Petro de Luanda tem dominado, detendo 18 títulos, 17 dos quais consecutivos (de 1995 a 2013).

    Na Supertaça Babacar Fall, prova disputada entre os vencedores da Taça de África dos Clubes Campeões e os da Taça das Taças, as “petrolíferas” também têm passeado classe, com 18 títulos conquistados, secundadas, pelo 1º de Agosto (5 troféus).

    Em masculinos, a referência recai para as presenças nos Campeonatos do Mundo em 2005, 2007 e 2017 e a medalha de ouro nos Jogos Africanos de Rabat’2019.

    Relativamente aos treinadores das selecções principais, destaque para o falecido Jerónimo Neto, que levou o combinado feminino à conquista do inédito sétimo lugar (Mundial de França’2007).

    Realce igualmente para Filipe Cruz, que, com os masculinos, conquistou duas medalhas de bronze nos Campeonatos Africanos das Nações de 2016 e 2018, medalha de prata nos Jogos Pan – africanos de Maputo’2011 e Brazaville’2015.

    Palmira Barbosa, Ana Paula do Sacramento Neto, Maura Faial, Elisa Weba, Ilda Bengue, Fábia Raposo, Filomena Trindade, Marcelina Quiala, Odete Tavares, Justina Praça e Teresa Almeida “Bá” figuram entre as atletas que ajudaram a fazer de Angola o país mais titulado no continente.

    Seguiu-se uma legião de “estrelas” como Luisa Quiala, Azenaide Carlos, Natália Bernardo, Carolina Morais, Wuta Dombaxe, Matilde André, Albertina Kassoma, Marta dos Santos, Rossana Quitongo, Isabel Guialo, Magda Cazanga, entre outras.

    Nos homens pontificam nomes como os de Paulo Bunze, Pírulas, Geovani Muachissengue, Gabriel Teca, Sérgio Lopes, Romé Hebo, Pedro Neto, Francisco Marçal e Elias António.

    Competições internas

    O Petro de Luanda, com 23 troféus, é a agremiação feminina com mais títulos nacionais, o primeiro obtido em 1989 e o último em 2018. Segue-se o Ferroviário de Luanda com oito (o primeiro em 1979 e o último em 1987).

    Em masculinos a hegemonia doméstica é do 1º de Agosto, com 26 troféus (o primeiro em 1980 e o último em 2018).

    A Federação é liderada pelo cessante Pedro Godinho (2008/2020), numa lista com oito antecessores.

    Já presidiram a FAAND Francisco de Almeida (1979/1981), Hélder de Moura (1981/83), Marcelino Lima (1983/85), Sardinha de Castro (1988/86), Augusto Figueiredo (1987/90), José de Lima (1990/98), Hilário de Sousa (1998/2000) e Archer Mangueira (2001/2008).

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