A Ordem dos Enfermeiros de Angola (Ordenfa) está a trabalhar com os órgãos afins para acabar com os falsos profissionais no sector da saúde a nível do país, afirmou nesta sexta-feira, em Mbanza Kongo, província do Zaire, o bastonário da ordem, Paulo Luvualo.
Em declarações à imprensa, escreve Angop, à margem do acto de encerramento da jornada alusiva ao dia internacional do enfermeiro (12 de Maio), o responsável disse que para a materialização desse desiderato, a Ordenfa está a trabalhar em parceria com a Inspecção-Geral da Saúde e o Serviço de Investigação Criminal (SIC).
Acrescentou que para além desses órgãos, a sua instituição está a formar fiscais em todo o território nacional, que terão a missão de fiscalizar e denunciar às autoridades competentes aqueles profissionais da saúde que exercem a actividade à margem da lei.
“Devemos unir esforços no sentido de se acabar com esta prática ilegal. Na verdade, há enfermeiros que trabalham, sobretudo, em unidades sanitárias privadas nem sequer passaram numa escola de enfermagem, mas por aprender dar um comprimido e uma injecção consideram-se técnico de saúde”, observou.
Considerou ser mais grave ainda “para aquele indivíduo que no hospital exerce o papel de maqueiro ou auxiliar de limpeza e no bairro se auto intitula de enfermeiro ou doutor”, prestando assistência médica e medicamentosa às populações.
“É uma situação extremamente grave e que devemos combater, porque as ciências da saúde lidam com seres humanos e toda experiência em ser humano é fatal”, referiu.
Quanto ao número de instituições de ensino superior vocacionadas para a formação de técnicos de saúde, Paulo Luvualo disse que, a nível do país, a Ordenfa controla 34 estabelecimentos autorizados pelo Ministério de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, tendo, por outro lado, considerado “exagerado” o número de colégios (mais de 70) que formam enfermeiros só em Luanda, muitos dos quais sem a qualidade requerida.
O bastonário da Ordem dos Enfermeiros de Angola disse também que o sector da saúde continua a viver uma gritante falta de técnicos, estando contabilizados, neste momento, 31 mil e 130 profissionais credenciados em todo o país, deste número, cerca de 17 mil estão desempregados.
Apelou ao Executivo a criação de condições para o ingresso de mais técnicos no sector da saúde, frisando que muitos profissionais no activo já se encontram na idade da reforma necessitando de serem substituídos.
O país, segundo dados do Ministério da Saúde, precisa de 60 mil enfermeiros, dos 37 mil e 450 profissionais controlados actualmente pelo sector.