A crescente contestação popular sobre a má qualidade da água para consumo na capital angolana, Luanda, pode ter precipitado o afastamento de José Filipe da Silva do cargo de secretário de Estado das Águas, afirmam observadores políticos.
Esta leitura, explica a VOA, decorre da recente exoneração pelo Presidente João Lourenço de Filipe da Silva, na sexta-feira, 10, um dia depois de a Associação Angolana dos Direitos do Consumidor (AADIC) ter exigido a exoneração da direcção da Empresa Pública de Água de Luanda (EPAL), a quem acusou de cometer crime de envenenamento ao distribuir água imprópria para consumo humano.
A justificação da EPAL à onda de reclamações dos consumidores, atribuindo às chuvas a má qualidade da água para uso doméstico, foi entretanto contrariada pelo sindicato da empresa, que está a apoiar uma greve dos trabalhadores há cerca de dois meses.
O responsável do sindicato, António Martins Domingos, disse à VOA que a má qualidade da água em Luanda deve-se à falta de cloro, que permite a eliminação dos microrganismos patogénicos, tornando a água potável e própria para o consumo.
O sindicalista declarou que a empresa não se preocupou em repor os estoques deste produto levando a que os armazéns estejam “praticamente vazios”.
Entre outras acusações, António Domingos disse que a EPAL é uma das empresas do Estado que não é fiscalizada pelo organismo de tutela.