O ex-ministro das Finanças sul-africano Pravin Gordhan acentuou ontem, perante uma comissão de inquérito especial, que, em 2017, o Governo de Jacob Zuma “foi manipulado e abusado para o benefício de algumas famílias”, escreve o Folha de Maputo.
Sublinhando que foi “um membro involuntário” do Governo de Zuma, Pravin Gordhan afirmou que o então Presidente da África do Sul “autorizou um clima de impunidade que permitiu a corrupção”.
Sem mencionar nomes, Pravin Gordhan aludiu ao facto de Zuma, forçado a renunciar à Presidência em Fevereiro, que ocupou de 2009 a 2018, ter alegadamente concedido lucrativos contratos públicos e vantagens indevidas a uma família Gupta.
Actualmente com o cargo de ministro das Empresas Públicas, Pravin Gordhan referiu que quem beneficiou dos crimes “pretende a distração” e que não se aborde o assunto.
Gordhan salientou ainda que os crimes tiveram “impacto muito significativo no crescimento económico” na África do Sul, com uma economia atualmente em recessão.
A comissão de inquérito especial sobre corrupção na África do Sul prossegue na terça-feira, ainda com a audição a Pravin Gordhan.
O actual Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, prometeu combater a corrupção.