Oficialmente, o SACS entra em operação a partir de hoje, quinta-feira, 27 de Setembro, altura em que a empresa construtora do sistema, NEC Corporation, procederá à entrega da empreitada, em Luanda, no Hotel Palmeiras, em Talatona, num evento que contará com a presença das autoridades do sector em Angola, lê-se no comunicado enviado ao Portal de Angola.
O Sistema de Cabos Submarinos do Sul do Atlântico (SACS) está pronto para entrar em funcionamento e aberto ao tráfego. O novo circuito de informação digital é a primeira e mais rápida ligação entre o continente africano e as Américas, com a menor latência e capacidade de fornecer um roteamento mais directo para o tráfego da Internet no Hemisfério Sul.
O SACS, da multinacional angolana de telecomunicações, Angola Cables, foi fabricado e instalado pela NEC Corporation, um dos sistemas de cabos submarinos mais avançados a entrar em operação comercial conectando Angola (África) e Brasil (América do Sul).
As velocidades de transferência de dados serão consideravelmente melhoradas (cinco vezes mais rápido do que as rotas de cabos existentes), reduzindo a latência de Fortaleza (Brasil) para Luanda (Angola) de 350 a 63 milésimos de segundo. Luanda, também se conectará a Londres e Miami com aproximadamente 128 milésimos de segundos de latência. Estes dois principais hubs de conteúdos, posicionarão Angola como um ponto estratégico para servir a região transatlântica com baixa latência e conexões resilientes.
Dadas as conexões para o recém-concluído sistema Monet e o WACS (Sistema de Cabos Submarinos da Costa Ocidental Africana), o SACS também oferecerá latência reduzida entre Miami (EUA) e a Cidade do Cabo (África do Sul) de 338 a 163 milésimos de segundos.
O SACS, sublinha-se, oferece alta qualidade de serviço e melhor latência de até 60% em relação às opções actuais de roteamento. O cabo também contribuirá para reduções nos custos de tráfego de dados entre a América do Sul e a África, oferecendo economias para as operadoras que, por sua vez, poderiam ser repassadas aos usuários finais e clientes.
Segundo António Nunes, CEO da Angola Cables, estima-se que as comunicações directas entre a África e as Américas geram várias vantagens em todo o mundo para provedores de serviços de Internet (ISPs), provedores de serviços em nuvem (CSP’s) e provedores de conteúdo superiores (OTTs) que usam essas conexões.
Esta nova rota mudará a dinâmica do tráfego da Internet no Hemisfério Sul e, combinado com o Monet e o WACS, alterará drasticamente
as opções globais de roteamento de tráfego digital, sobretudo, porque o SACS é uma nova via para dados entre redes, grandes provedores de conteúdo e alguns dos mercados que mais crescem para o consumo de dados.
“Nossa ambição é transportar pacotes de dados da América do Sul e da Ásia através do nosso hub africano usando SACS e, juntamente com a Monet e o WACS, fornecer uma opção de conectividade directa mais eficiente entre a América do Norte, Central e do Sul para a África, Europa e Ásia.
Ao desenvolver e conectar ecossistemas que permitem que o tráfego de IP local seja trocado local e regionalmente, expandindo a eficiência das redes que atendem o Hemisfério Sul, considerando que, à medida que esses desenvolvimentos progridem, eles terão um impacto considerável para o futuro crescimento e configuração da Internet global .
A entrada em funcionamento do cabo SACS é um salto gigantesco na conectividade transatlântica e terá um impacto profundo na conectividade digital global, ao mesmo tempo em que se espera acelerar a actividade comercial nos setores de TIC e estimular as economias emergentes em África e na América Latina.
O cabo permitirá aos provedores de serviços de internet e utilizadores africanos um caminho mais directo e seguro para as Américas – sem ter que passar pela Europa. Os provedores de serviços de conteúdo na América Latina também poderão se beneficiar com a opção de usar a rota SACS para alcançar mercados em África e na Europa, sem utilizar os tradicionais e de alto volume, rotas de tráfego de internet do Hemisfério Norte.
O SACS é detido e gerido em 100% pela Angola Cables, concebido com uma tecnologia WDM coerente de 100 Gbps numa solução de ponta a ponta. Com 4 pares de fibra, oferece uma capacidade total de projecto de 40 Terabytes por segundo entre Luanda e Fortaleza (Brasil).