A imprensa pública, em Angola, está obrigada a continuar a desempenhar um papel preponderante durante as próximas décadas, proclamou, sexta-feira, o ministro da Comunicação Social angolano, João Melo.
O também jornalista e escritor discursava no Encontro das Empresas Públicas de Comunicação Social da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), organizado pela Direcção Geral de Informação e pela Rádio-Televisão de Cabo Verde.
No encontro, esteve igualmente integrada uma conferência sobre a auto-regulamentação da media pública, dedicada ao tema “Importância e limites da Auto-Regulação nos Média Públicos: Equilibrar Direitos e Responsabilidades no contexto da pós-moralidade”.
João Melo justificou a sua previsão com o facto de o empresariado local ser ainda “débil”, apesar de a legislação do sector, aprovada em 2017, ter acabado com todos os monopólios na área de comunicação social, segundo afirmou.
O empresariado local ainda é débil, pelo que não é previsível, para breve, e salvo uma ou outra excepção, um crescimento exponencial da imprensa privada, destacou João Melo.
Numa outra direcção e a título de balanço, o governante disse que, em menos de um ano de governação do presidente João Lourenço, “todos os órgãos públicos não são apenas líderes de audiência em Angola, como contribuíram – além dos actos do próprio Presidente da República, nomeadamente o combate à corrupção – para a rápida e inequívoca mudança de reputação do país, quer nacional quer internacional”.
O ministro da Comunicação Social reiterou, na sua comunicação, que o objectivo do sector que dirige é fazer dos media públicos angolanos “não apenas os de maior alcance em termos de expansão e audiência, mas, sobretudo, os mais sérios e credíveis do mercado”.
“Hoje, a perspectiva é converter os órgãos tutelados pelo Estado em genuínos órgãos públicos, abertos a todos, dando espaço e voz aos diferentes segmentos da sociedade, proporcionando o debate plural e contraditório, etc.” – sublinhou.
Entretanto, complementou o ministro, o facto de a imprensa pública não dever ser confundida como um mero instrumento do governo não significa que se transforme em anti-governamental. “Isso não faz qualquer sentido”, vincou.
Anda neste mesma direcção, João Melo deixou bem claro que os órgãos tutelados pelo Estado precisam, em democracia, de adequar a sua linha editorial, em cada momento, à correlação de forças histórica, estabelecida pelos eleitores nas urnas. (Angop)