
O governador de Luanda, Graciano Domingos, defende que deve-se lutar para a criação de uma sociedade mais solidária, onde o respeito pelo outro seja de facto o centro da actuação de cada um e o espírito de auto-censura seja suficientemente elevado para criar o equilíbrio necessário.
O governador de Luanda, Graciano Domingos que falava em entrevista à Angop depois de uma visita as instalações da agência de noticiosa fazendo uma análise sobre o tipo de crimes relatados na capital do país, afirmou que se o espírito de auto-censura não for elevado para criar o equilíbrio necessário, acabam por surgir os casos hediondos que acontecem na sociedade luandense.
De acordo com o dirigente, as causas destes crimes podem ser variadas, desde a natureza emocional, económica e outros mesmos que têm a ver com a própria educação das pessoas.
“Isto implica que a questão da criminalidade em Luanda não é apenas um problema da polícia ou dos tribunais, tem a ver com a própria organização da sociedade, com a moralização da sociedade e aqui teremos necessariamente de convocar outras profissões, como os educadores sociais, as igrejas”, afirmou.
Para a solução destes problemas, segundo o governante, é necessário o reforço da autoridade paterna nas famílias e a própria educação moral e cívica da sociedade, o reforço do espírito de auto-censura por parte dos membros da sociedade luandense e, sobretudo, a cultura do respeito pelo outro.
No entanto, Graciano Domingos é de opinião que Luanda é uma cidade segura, porque existem 6,5 milhões de habitantes num espaço bastante exíguo e se for analisada a estatística da criminalidade com o número de habitantes, vê-se que pode não ser tão assustadora, embora o desejável fosse que não houvesse crime algum.
“No entanto, para que esta situação da criminalidade seja reduzida, temos de melhorar a mobilidade nos bairros, aumentar a iluminação nos bairros, reforçar o policiamento e reforçar o diálogo entre a população e a polícia”, referiu.
O governador é de opinião que a população deve denunciar as situações criminosas e a polícia deve procurar autuar com a devida oportunidade quando situações delituosas são denunciadas, evitando casos de impunidade que podem eventualmente degenerar na justiça privada.
“No último Conselho de Auscultação e Concertação Social, apelamos a polícia para que continue a aperfeiçoar os seus agentes no combate ao crime, para que se aproxime cada vez mais da população, dos líderes comunitários, religiosos, no sentido de todos nós formarmos uma espécie de um cordão na luta contra o crime”, finalizou. (portalangop.co.ao)