
(Foto: Angop)
O presidente da assembleia-geral da União dos Escritores Angolanos (UEA), Adriano Botelho de Vasconcelos afirmou, ontem, em Luanda, que a União dos Escritores Angolanos continua estável e sem crise de liderança.
Em entrevista ao Jornal de Angola, para falar do actual estado da União dos Escritores Angolanos, a primeira associação cultural criada um mês após a proclamação da independência nacional, Adriano Botelho de Vasconcelos considerou que a associação tem dinâmica organizativa e institucional, regida num quadro de legitimidade que “só termina com a realização do próximo pleito eleitoral, entre Março e Abril de 2016, tido como o dado político inalterável e balizado na lei das Associações”.
A União dos Escritores Angolanos não vive as dificuldades de muitas associações de utilidade pública que não têm uma cultura e espaço de alternância, referiu Adriano de Vasconcelos. “O nosso estatuto limita os mandatos, só para ter uma ideia de como vivemos a democracia na Associação dos escribas”, realçou o presidente da assembleia-geral, falando da fase pré-eleitoral que se avizinha.
Adriano Botelho de Vasconcelos informou que as eleições são feitas com base no regulamento eleitoral da União dos Escritores Angolanos, que determina o tempo de campanha, assegura o debate entre candidatos, normaliza a fiscalização dos processos, limita os montantes financeiros de campanha, entre outros critérios.
“A assembleia-geral, nos próximos 6 meses, para analisar, entre outras acções, a edição de livros, programa saúde, aprovação das contas e do património da União dos Escritores Angolanos.” Poeta e escritor, Adriano Botelho de Vasconcelos não se vai candidatar para um terceiro mandato e pretende que a direcção executiva encontre um nome para preencher o lugar que vai deixar.
Defendeu que a linguagem dos candidatos deve ser a mais elevada para existirem pontes de diálogos, respeito e conhecimento dos feitos da actual direcção.
“Um confrade que possa falar com os demais candidatos à presidência sobre o futuro da União dos Escritores Angolanos e valores corporativos. Os potenciais candidatos têm sido avisados de que a União dos Escritores Angolanos não precisa de passar à sociedade uma imagem de agressividade permanente e fora do tempo de jogo razoável”.
Em relação à inércia, alegada por alguns escritores, de que se regista por parte da direcção, liderada pelo secretário-geral Carmo Neto, o presidente da assembleia-geral afirmou não existir nenhuma paralisação, porque a direcção e o secretário-geral promovem actividades que enriquecem a vida cultural do país, anualmente, materializando os programas das linhas de acção aprovadas em 2013.
Trata-se, disse, de um discurso de pré-campanha, em fazerem vários ecos de inverdades para que se apaguem os feitos da direcção executiva da União dos Escritores Angolanos. “Repito, não existe inércia, temos ‘governo’ e ‘garra’. Para dar um exemplo, até pelo alcance educativo do programa, o concurso ‘Quem me dera ser onda’ tem agora dimensão nacional, já saiu da província de Luanda”.
A propósito de uma carta redigida por quatro escritores, na qual questionam a data da realização das próximas eleições, e propõem a redução de seis meses no mandato dos actuais órgãos sociais, Adriano Botelho de Vasconcelos confirmou a recepção da carta endereçada à assembleia-geral, em que os signatários pediram um esclarecimento sobre o término de mandato dos actuais órgãos sociais.
“Esclareci que a contagem dos três anos desse mandato teve início no dia da tomada de posse, esse é o aspecto nuclear, sem prejuízo da conclusão do mandato em curso dos actuais Órgãos Sociais que ainda podem nos próximos cinco meses concretizar as curtas e ordinárias tarefas do ‘Programa sufragado’.”
Acrescentou que, no actual momento de crise financeira, em que se denota a falta de estímulo por parte dos privados e não só, para apoiarem as actividades artísticas, torna-se necessário que cada membro-fundador e não fundador tenha um objectivo comum: “Mobilizarmos mecenas para que se edite e bem os nossos sonhos. O dinheiro não gosta de ambientes crispados por falta de causas.”
Embora tenha sofrido cortes nos apoios financeiros, principalmente de instituições públicas, disse Adriano Botelho de Vasconcelos, a UEA tem complementado os orçamentos exíguos com apoios provenientes de sectores privados. (jornaldeangola.com)