
Numa reunião com o Presidente da República, Passos Coelho esclareceu a posição da coligação Portugal à Frente.
Pedro Passos Coelho comunicou ao país, após uma reunião com o Presidente da República, que a coligação Portugal à Frente deverá, “naturalmente, constituir governo”, tendo em conta que foi “a força vencedora das eleições”.
“A nossa espectativa, e foi isso que transmitimos ao Presidente da República, é que venha a ser nomeado e empossado um governo que tem na base política da sua constituição os partidos que integram a coligação Portugal à Frente”, esclarecendo que PSD e CDS são os vencedores das eleições do dia 4 de outubro e que, assim, deverão ser os partidos responsáveis pelo próximo Governo.
O líder da coligação referiu que o mais importante é que o próximo mandato “possa ser exercido em condições de previsibilidade e estabilidade”. “Não se trata de um requisito que seja indispensável ao governo em si, é um requisito indispensável à recuperação económica e financeira do país e à recuperação do emprego”, frisou o primeiro-ministro.
O chefe do Executivo transmitiu a ideia de que, com falta de previsibilidade e estabilidade governativa, “haverá um adiamento das decisões de investimento em Portugal”, explicando que os agentes económicos, nacionais ou estrangeiros, deverão adiar as suas decisões “à espera de uma clarificação política”, o que prejudicará “o investimento, a capacidade de crescer e criar emprego”.
O líder social-democrata crê também que a posição externa do país, e o ganho de credibilidade dos últimos quatro anos, pode ser “colocada em causa” caso o país não esteja em condições de “prosseguir um caminho de saneamento das finanças públicas e de garantir o desendividamento do país”.
Quando questionado sobre a posição do Partido Socialista, Passos Coelho relembrou que, no passado, houve governos que não tinham maioria absoluta no parlamento e que governaram, “alguns até toda a legislatura”, salvaguardando que o PS estava à frente desses governos, e mostrando que PSD e CDS deram condições para “governar com estabilidade”.
O número um da coligação esclareceu que todos têm de “estar disponíveis para fazer concessões”. “Quem ganhou, não tendo maioria absoluta, tem de fazer concessões para se aproximar daqueles que perderam, e aqueles que perderam têm de fazer alguma concessão para se aproximarem daqueles que ganharam”, explicou, revelando que a coligação não conhece “uma contraproposta que o Partido Socialista pudesse ter formulado”.
“Do nosso lado há sempre uma posição de abertura ao diálogo e ao compromisso, desde que isso exista também do outro lado. Não faz sentido ficarmos a falar sozinhos, só podemos dialogar com quem está disponível para dialogar”, concluiu. (noticiasaominuto.com)