Sábado, Junho 10, 2023
18.4 C
Lisboa
More

    Neurocirurgia: O cérebro em “tempo real” (vídeo)

    (Euronews)
    (Euronews)

    Como ajudar, os neurocirurgiões, a remover, com maior precisão, tumores no cérebro? Futuris foi ao Hospital Negrín, em Las Palmas, Espanha, descobrir.

    O trabalho dos neurocirurgiões está cheio de desafios, como explica o neurocirurgião Adam Szolna, do hospital Negrín:

    “Há uma zona, entre o tumor e o cérebro, onde se infiltram as células do tumor e é, a partir daí, que temos de decidir se o podemos ressecar ou não. O tecido cerebral não se regenera, por isso qualquer dano será irreversível.”

    Engenheiros de telecomunicações foram, excecionalmente, convidados a assistir à cirurgia. Estão a testar um protótipo de uma câmara hiperespectral, criada para ajudar os neurocirurgiões a ver o que, com outras tecnologias, não se podia ver. Himar A. Fabelo, engenheiro de telecomunicações, da Universidade de Las Palmas, na Grã Canária, explica o resultado deste sistema inovador:

    “Distinguimos, claramente, as zonas tumorais, aqui a vermelho, das áreas sãs, as verdes. Também podemos ajudar a diferenciar, por exemplo, as veias, que estão aqui a azul.”

    Uma ajuda preciosa já que, muitas vezes, os neurocirurgiões, se vêm obrigados a confiar em dados incompletos ou imprecisos, obtidos através de outras técnicas como a ressonância magnética ou a tomografia computadorizada:

    “Baseamo-nos nos exames pré-operatórios, mas quando chegamos à operação as dimensões podem ter mudado, pode provocar-se um deslocamento dos tecidos.
    Graças ao registo, em tempo real, podemos observar onde está localizado, de facto, o tecido tumoral”, adianta o neurocirurgião Adam Szolna.

    Mas onde e como foi desenvolvida esta tecnologia?

    As câmaras hiperespectrais foram criadas por cientistas de um projeto europeu de investigação. Enquanto uma câmara convencional capta imagens em três canais de cor: vermelho, verde e azul. A hiperespectral capta dados de um número muito maior de bandas espetrais. Gustavo Marrero Callicó, engenheiro de telecomunicações da Universidade de Las Palmas, e coordenador do projeto, refere as vantagens:

    “É uma técnica não invasiva, não é preciso injetar nenhum tipo de contraste. É uma técnica não ionizante que não altera as características do tecido e fornece muita informação ao cirurgião, através de algoritmos matemáticos mais complexos, praticamente em tempo real, durante a cirurgia.”

    “Em tempo real” é a questão-chave. Os cientistas têm como objetivo processar as imagens em menos de 1 ou 2 minutos. Eduardo Juárez, outro engenheiro de telecomunicações, mas da Universidade Politécnica de Madrid, explica como funciona o sistema:

    “Trabalhamos com máquinas onde os processadores se agrupam para poderem especializar-se e desempenhar funções muito concretas, processando os algoritmos que detetam que tecido, que parte de um tecido, tem cancro e que parte não tem.”

    Os cientistas esperam que a tecnologia esteja finalizada em cerca de 2 anos. Espera-se que chegue ao mercado, depois dos longos e complexos testes clínicos dentro de, aproximadamente, 5 anos. Mas começa já a pensar-se em como melhorar este sistema, como explica o Dr. Adam Szolna:

    “No futuro, esperamos que se possam criar câmaras em miniatura e incorporá-las no microscópio, que vamos utilizar de seguida. Para ver a imagem verdadeira. Ver, em tempo real, com a câmara hiperespectral, o cérebro e onde se localiza a lesão.”

    O engenheiro Gustavo Marrero Callicó conclui:

    “O passo seguinte passa por tentarmos chegar a outro tipo de tumores, noutros órgãos, provavelmente pulmões, mama, cólon para, quem sabe, iniciar-se uma nova área na medicina, a que podemos chamar medicina hiperespectral.” (euronews.com)

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Quatro crianças colombianas que sobreviveram a acidente de avião são resgatadas

    Quatro crianças indígenas foram resgatadas com vida nesta sexta-feira nas selvas do sudeste da Colômbia, 39 dias depois que...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema