O Millennium Angola, controlado em 50,1 por cento pelo BCP, e o Banco Atlântico decidiram a fusão quinta-feira em Lisboa, criando um banco com uma quota de mercado de cerca de dez por cento e a segunda maior instituição privada em crédito à economia angolana.

Um comunicado afirma que os accionistas do Banco Atlântico, propriedade da sociedade angolana Global Pactum, com 72,35 por cento, e do Banco Millennium Angola, “decidiram reforçar o seu compromisso com o país, elevando a um novo patamar a parceria estratégica já existente”.
A novo banco, designado Banco Millennium Atlântico, vai agregar os actuais accionistas dos dois bancos e abrir o capital ao público, através de uma oferta inicial de 33 por cento do capital. “Esta decisão de colocação de capital em Bolsa revela uma interpretação adequada dos dois bancos do espírito e da dinâmica que têm marcado os recentes desenvolvimentos no Mercado de Capitais em Angola”, refere o comunicado.
O Millennium Atlântico passa a ter um dos maiores níveis de Fundos Próprios do sistema financeiro angolano, com um valor superior a 800 milhões de dólares, “o que vai permitir reforçar a capacidade de financiamento às famílias, às empresas e aos projectos estruturantes, que contribuem para o fomento da sustentabilidade da economia angolana”, assegura.
O Millennium Atlântico posiciona-se como líder no Programa Angola Investe, com quota de 30 por cento, e é o segundo maior banco privado em Angola no volume de crédito às famílias e às empresas.
Com mais de dois mil funcionários, 150 sucursais em todo o país e mais de 500 clientes, “a nova instituição cria sinergias e ganhos de escala, que permitem disponibilizar uma oferta ainda mais direccionada para os desafios e necessidades das famílias, onde se inclui o forte compromisso no crescimento da inclusão bancária, através da sua rede nacional e através de soluções tecnológicas de banca digital”.
Mercado das empresas
O comunicado afirma que a nova escala de intervenção pretende também criar soluções para as pequenas e médias empresas a operar em Angola, que são a base de geração de emprego, à semelhança do que acontece em todos os países que estão em processo de diversificação e sustentabilidade económica.
O acordo destaca a decisão estratégica do BCP, entidade internacional regulada pelo Banco Central Europeu, em juntar forças, numa visão de futuro, para um crescimento sinérgico.
“É um sinal de confiança e de compromisso de um banco europeu na economia angolana, assente na convicção de que o valor gerado para os accionistas e para os clientes do futuro Banco Millennium Atlântico será bastante superior à soma das duas instituições, isoladamente”, ressalta o texto.
O Banco Atlântico, quinto maior banco em Angola em termos de crédito e de depósitos, com quotas de mercado de sete e de seis por cento, atingiu um activo de 449 mil milhões de kwanzas em 30 de Junho deste ano.
Com crédito sobre clientes de 241 mil milhões de kwanzas e depósitos de 353 mil milhões, o Atlântico, desde a fundação em 2006, registou forte crescimento orgânico, sendo uma das principais referências no mercado angolano em banca de investimento e nos segmentos corporate e private banking.
O Banco Millennium Angola é a sexta maior instituição bancária angolana em crédito e o oitavo maior em depósitos, com quotas de mercado de quatro e de três por cento, tendo atingido activos totais de 287 mil milhões de kwanzas, crédito sobre clientes de 129 mil milhões de kwanzas e depósitos de clientes de 204 mil milhões de kwanzas no final de Junho de 2015. (jornaldeangola.ao)