
A residência de Afonso Dhlakama, na cidade moçambicana da Beira, foi cercada esta manhã por forças especiais da polícia. Antes das nove horas locais, homens armados entraram na casa no bairro das Palmeiras e detiveram elementos da guarda pessoal do líder da Renamo.
Dhlakama tinha agendada uma conferência de imprensa, para esta sexta-feira, na sequência de negociações com vista a um encontro entre o homem forte da Renamo e o Presidente moçambicano Filipe Nyusi.
Apesar do cerco, e segundo a agência Lusa, às 13:30 encontravam-se reunidos, com Afonso Dhlakama, na sua casa, a governadora da província de Sofala, Helena Taipo, o arcebispo da Beira, Claudio Zuanna, e mediadores do processo de diálogo entre Governo e Renamo, alguns dos quais também líderes religiosos.
Além de populares, nas imediações estão várias personalidades políticas locais e ativistas dos direitos humanos. O secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, a chefe da bancada parlamentar, Ivone Soares, o porta-voz do partido, António Muchangaa e a presidente da Liga dos Direitos Humanos, Alice Mabota, foram impedidos de entrar na residência de Dhlakama.
Recorde-se que Afonso Dhlakama reapareceu, recentemente, depois de ter estado em parte incerta, na sequência de uma alegada emboscada, que resultou em vários mortos. O incidente ocorreu a 25 de setembro, em Gondola, província de Manica. A guarda da Renamo e forças de defesa e segurança foram protagonistas de uma troca de tiros, que terminou com o “desaparecimento” de Dhlakama.
Dias antes, a caravana do líder da Renamo sofreu uma emboscada perto do Chimoio, na mesma província, um episódio testemunhado por jornalistas e que está por esclarecer.
Moçambique vive o espetro de um regresso à guerra civil que durou 15 anos e provocou milhares de mortos. (euronews.com)