O ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, declarou nesta sexta-feira, em Luanda, que as Forças Armadas Angolanas (FAA), subordinadas ao poder político democraticamente eleito, “continuam a ser um dos firmes suportes dos pilares em que assenta o processo de desenvolvimento e progresso de Angola”.

O governante discursava no acto central das comemorações do 24º aniversário das Forças Armadas Angolanas (FAA).
Segundo o ministro, embora se vive um em paz e em estabilidade, os desafios do presente e do futuro exigem a edificação de um exército moderno, com pessoal altamente qualificado e meios materiais adequados à necessidade da defesa da independência e da soberania nacional.
Com efeito, notou que hoje o mundo experimenta transformações rápidas e os focos de instabilidade tendem a surgir onde menos seriam de esperar.
“Constatamos com preocupação a instabilidade reinante no Médio Oriente, no Norte de África, no Corno de África, África do Oeste ou mesmo até na Europa, com guerras cujo objectivo é o derrube de governos legítimos, criando um ambiente propício para o surgimento de todo o tipo de anarquia e vazio de poder (…)”, vincou.
Para o ministro, os factos demonstram que a democracia e a globalização não se propagam por esta via. “Esta política deve ser abandonada por quem a pratica, rejeitada e combatida pelos amantes da paz e pela comunidade internacional”.
Em relação ao percurso das FAA, João Lourenço sublinhou que no limiar da sua existência, elas experimentaram grandes desafios, tendo sido postas à prova a sua coesão e unidade, tendo no entanto sabido superar esses momentos difíceis.
Adiantou que o grande impacto daquele difícil quadro foi o retorno à guerra pós-eleitoral, durante “a qual em momento algum foi posta em causa a missão principal das FAA, que sempre se resumiu na defesa da Pátria, soberania nacional e da integridade territorial, longe das querelas político-partidárias, no estrito cumprimento da Constituição”.
Para cumprir esta honrosa missão, disse o ministro, as FAA tiveram de se submeter às reformas no sistema da sua doutrina, estrutura e organização, adaptando-se à nova conjuntura política de organização de um Estado Democrático e de Direito.
Declarou que, actualmente, a atenção está virada para a capacitação das Forças Armadas, não só em armamento e técnica, mas em tudo que possa contribuir para que elas possam cumprir com a missão que lhes cabe no teatro das operações.
Disse também haver a necessidade de se manter e promover a preparação operativa, combativa e de educação patriótica dos seus membros, de tal maneira a criar o equilíbrio entre a preparação material e psicológica dos efectivos.
Já no âmbito dos compromissos internacionais, João Lourenço aclarou que as FAA vão continuar a privilegiar a cooperação técnica e assistência militar diversa que têm com outros países, traduzida na formação do pessoal, prestação de serviços, fornecimento de armamento e técnica, equipamentos e assistência médica.
Por outro lado, disse ainda ser necessário incutir sempre na mente dos oficiais, sargentos e praças das FAA a necessidade de adoptarem permanentemente um comportamento de rectidão, que esteja de acordo com as normas morais e éticas, próprias da sociedade em que se inserem e servem.
A 9 de Outubro de 1991 teve início a formação das FAA como Exército Nacional Único da República de Angola, na sequência de Acordos de Paz de Bicesse assinados entre o então governo da República Popular de Angola e a Unita, passando assim a ser um ponto fundamental na emanação do vínculo indestrutível de Unidade e Reconciliação Nacional entre os angolanos, de Cabinda ao Cunene.
A criação das FAA constituiu-se num passo importante no prolongado e complexo processo de negociações entre o Governo e a Unita, para se colocar fim à guerra civil, iniciada em 1975. (portalangop.co.ao)