
(REUTERS/Eric Gaillard)
No programa Vida em França vamos analisar a questão do racismo e a polémica em torno das declarações de Nadine Morano, dirigente dos Republicanos liderado por Sarkozy de que o povo francês é de raça branca.
Estas declarações feitas há uma semana monopolizaram os debates nas televisões, rádios e imprensa em França, o que levou com fosse convocada pelo líder dos Republicanos, Sarkozy, que queria que ela pedisse desculpas.
Nadine Morano, que é conhecida pelas suas provocações e derrapagens verbais, escudou-se numa declaração do general De Gaulle, fundador da quinta República e herói nacional, segundo a qual, “o povo francês é de raça branca e de cultura judaico-cristã” que, portanto, não pediria desculpas.
Em consequência disto, o líder do partido Republicanos, Sarkozy, eliminou Morano, das listas das eleições regionais de dezembro.
De notar que na constituição da República francesa, figura a palavra raça, para condenar o racismo, o que provoca todo um debate político, jurídico, científico e filosófico, sobre a oportunidade de se manter a palavra na lei magna ou se chegou altura de a retirar pura e simplesmente, para não dar azo, a que pessoas como a política Morano, recorram a argumentos falaciosas e perversas.
Para o jurista Manuel Jorge, Professor de Direito, na Universidade René Descartes Paris V, “deu-se muita importância a essa senhora, que na realidade, é uma ignorante, porque há quase 30 anos que os antropólogos de Antropologia geral e os biólogos da Biologia geral, mostraram que na espécie humana não há raças”. (rfi.fr)