
O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, atribuiu a paralisação parcial do serviço de táxis, ocorrida segunda-feira em Luanda, ao facto de existirem muitos taxistas ilegais e ao deficiente ordenamento do trânsito na capital do país.
O responsável falava, terça-feira, no programa “Especial Informação” da Televisão Pública de Angola, que abordou o tema “Os Transportes Terrestres em Luanda” onde foi feita uma reflexão sobre as causas que despoletaram a referida paralisação e outros contornos que têm a ver com a mobilidade rodoviária no maior centro urbano do país, onde os constantes congestionamentos têm marcado o dia-a-dia dos seus habitantes.
José Severino sugeriu que se discipline o movimento dos taxistas e atribuiu papel preponderante às organizações associativas, que no debate estiveram representadas pela Associação dos Taxistas de Luanda (ATL) e uma denominada “Nova Aliança dos Taxistas”.
Por sua vez, o economista Carlos Rosado direccionou a sua intervenção nos aspectos que têm a ver com as enormes perdas que a ineficiência dos transportes públicos causa para a economia nacional, entendendo ser necessário analisar, não apenas o tempo perdido mas outros aspectos importantes, nomeadamente, ligadas à produtividade.
Para sustentar este seu ponto de vista, Carlos Rosado observou que com todo estes imbróglio no que ao trânsito diz respeito, na capital do país, “quando as pessoas chegam aos seus locais de trabalho, já estão todos irritados e não rendem o suficiente” , em termos de produção e produtividade, daí recomendar que O Estado priorize a solução deste problema, com a rapidez que é requerida.
O director do Trânsito, Tráfego e Mobilidade do Governo Provincial de Luanda (GPL), Jorge Bengue, ao avaliar o actual quadro dos transportes na capital, disse ser importante compreender que existem alguns ganhos. Porém, reconheceu que os desafios ainda são muitos do ponto de vista da melhoria da qualidade dos transportes públicos, das infraestruturas rodoviárias e outros que uma cidade da dimensão geográfica e demográfica de Luanda precisa.
Por seu turno, o administrador executivo da TCUL (Transportes Colectivos Urbanos de Luanda), Alfredo Amaro, alinhou no mesmo pensamento e defendeu a necessidade de se equacionar a questão das infraestruturas e ter sempre presente o trinómio tempo, qualidade e conforto para a satisfação das necessidades dos utentes porque, para si ” fazer a gestão dos transportes é uma ciência”.
O Presidente da Associação dos Taxistas de Luanda, um importante parceiro do Estado para a gestão do serviço de táxis em Luanda, Manuel Faustino, referindo-se concretamente à paralisação dos taxistas, registada na última segunda-feira, foi uma situação surpreendente, apesar de ter sido uma reivindicação justa.
“Não sabemos porquê, mas deveriam ser responsabilizados não só aqueles (arruaceiros) que se encontram detidos mas também os mentores”, referiu.
A Polícia Nacional fez-se representar no debate informativo da TPA pelo director de Operações do Comando da Polícia de Luanda, superintendente-chefe Eduardo Diogo, para quem a sua corporação tem trabalhado para a regulação e ordenamento do trânsito, embora haja ainda muito a fazer.
Disse que é preciso que os taxistas acatem as medidas que as autoridades policiais traçam para a regularização do trânsito, como os locais previamente estabelecidos para as paragens, sob pena de criar-se o caos no movimento rodoviário da capital.
Participaram no debate, economistas, especialistas, responsáveis associativos e de instituições que velam pela organização dos transportes na capital angolana. (portalangop.co.ao)