
O BPI pretende entregar o BFA aos seus accionistas e recebeu uma proposta de Isabel dos Santos, que quer comprar a posição do banco português na unidade angolana. As notícias estão a impulsionar as acções.
As acções do Banco BPI estão a reagir em alta às notícias do final do dia de quarta-feira, com os títulos a subirem 3,92% para 0,981 euros. Alcançaram já uma valorização máxima de 5,4% para 0,995 euros, numa sessão que está a ser de ganhos para a praça portuguesa, com o PSI-20 a valorizar mais de 1%.
Depois do fecho da sessão de quarta-feira, o BPI emitiu um comunicado onde dava conta da proposta para resolver o problema da elevada exposição ao mercado angolano.
O banco liderado por Fernando Ulrich propõe entregar aos seus accionistas a maioria do capital do Banco de Fomento Angola, além de 30% do BCI e 100% do BPI Moçambique, com estes activos a serem agrupados numa nova empresa. Esta nova companhia, caso a proposta avance, será cotada em bolsa e detida pelos actuais accionistas do BPI. Cada accionista do BPI receberá uma acção desta “holding” que agrupará os actuais activos africanos do BPI.
Para a proposta do BPI se concretizar, será necessária a aprovação da Unitel, a operadora angolana controlada por Isabel dos Santos que detém os restantes 49,9% do BFA.
Esta solução está assim nas mãos de Isabel dos Santos, sendo que a empresária angolana manifestou interesse em comprar a posição do BPI no BFA, uma opção que o banco português promete analisar.
A proposta que o mercado está à espera
O CaixaBI, numa análise inicial a estas notícias, salienta que a solução agora apresentada pelo BPI “já havia sido admitida (entre outras) pelo CEO do banco como uma possibilidade para a resolução da questão associada à ultrapassagem do limite dos grandes riscos em Angola pelo banco (em entrevista à comunicação social no início de Setembro)”.
Na sequência destas notícias, a unidade de research do banco estatal deixou de atribuir uma recomendação às acções do BPI.
Também os analistas da Haitong, instituição que comprou o BESI, não se mostram surpreendidos com esta solução apresentada pelo BPI para resolver o problema da elevada exposição ao mercado angolano, recordando que em Agosto o banco já tinha anunciado que tinha contratado dois bancos de investimento para o ajudar a encontrar uma solução.
“Acreditamos que o mercado já estava à espera desta solução, dado que o banco tinha opções limitadas: uma venda ou uma fusão com outra entidade financeira, para diluir a exposição ao mercado angolano”, referem Nicolás Mira e Filipe Rosa, analistas da Haitong. (jornaldenegocios.pt)