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    Angola exige mais empenho na região dos Grandes Lagos

    O Vice-Presidente da República pediu em Nova Iorque maior empenho da comunidade internacional para a paz no Burundi e na República Democrática do Congo, além de um diálogo entre as partes envolvidas na crise na República Centro Africana (RCA).

    Manuel Vicente, vice-presidente de Angola (Foto: Angop)
    Manuel Vicente, vice-presidente de Angola (Foto: Angop)

    Ao apresentar a posição de Angola na reunião de avaliação do Acordo-Quadro sobre a paz, estabilidade e cooperação na República Democrática do Congo e na Região dos Grandes Lagos, Manuel Vicente pediu maior coordenação no terreno e que as forças das Nações Unidas possam garantir a paz, pôr fim à violência e repor o calendário eleitoral na República Centro Africana, para que o país saia em definitivo dos constantes adiamentos da estabilidade.

    Os líderes africanos e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, delinearem novas linhas para reforçar as estratégias de aplicação do Acordo-Quadro sobre a paz, estabilidade e cooperação na República Democrática do Congo e na Região dos Grandes Lagos, mecanismo criado em Luanda para assegurar a concertação de posições na sua aplicação.

    “Todo o engajamento feito para ajudar a RCA a concluir o seu processo eleitoral nessa transição deve traduzir-se na consolidação dos compromissos assumidos, particularmente os financeiros, mas também na criação de um exército nacional”, disse Manuel Vicente, que representa o Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, presidente em exercício da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos.

    Face ao quadro actual da República Democrática do Congo, o Vice-Presidente da República disse ser necessário a conclusão, com êxito, da Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO), além do trabalho contra as forças negativas, principalmente as FDLR.

    O ministro das Relações Exteriores, em declarações à imprensa no final da reunião, disse que a situação na República Centro Africana cria um novo quadro preocupante, na medida em que já estava a caminhar para as eleições. “Tudo isso leva-nos a concluir que provavelmente já existem correntes que queiram o adiamento das eleições. O que se quer é uma maior concertação para que esses problemas possam ser ultrapassados”, sublinhou Georges Chikoti.

    Quanto ao Sudão do Sul, Angola defende a não aplicação de sanções contra o Governo, que está ainda num processo de consolidação. “Entendemos que não pode haver sanções contra o Governo”, referiu Chikoti.

    Em relação ao Burundi, os líderes africanos e de organizações internacionais manifestaram-se preocupados com a situação política, mas defendem que, depois de realizadas as eleições, haja um Governo aberto, no qual participem as forças da oposição. Outra preocupação dos Chefes de Estado radica no facto de até agora persistirem problemas atinentes à própria estabilização.

    “Provavelmente vão ser realizadas outras reuniões sobre o Burundi. As autoridades pediram a realização de uma cimeira de Chefes de Estado e de Governo para que possam mostrar alguns detalhes da situação”, disse, lembrando que na reunião de nível ministerial, que decorreu recentemente, o Burundi apresentou elementos ruandeses que tinham sido presos.

    “Essa situação representa ausência de respeito ao pacto sobre a paz, estabilidade e desenvolvimento na Região dos Grandes Lagos. Espero que respeitem esse pacto”, concluiu.

    A preparação da Conferência sobre o Investimento Privado em África, marcada para Fevereiro do próximo ano, na República Democrática do Congo, foi igualmente abordada, durante a reunião de alto nível, na sede das Nações Unidas.

    “Todos os países estão mobilizados para tal. Vai ser importante mobilizar também o sector empresarial da região”, lembrou o ministro das Relações Exteriores, fazendo um balanço positivo da reunião, que permitiu aos países trocar impressões sobre a situação na região.

    O ministro Georges Chikoti participou terça-feira na reunião do Conselho de Segurança, que debateu a “Manutenção da Paz e Segurança Internacional: resolução e prevenção do terrorismo no Norte de África e Médio Oriente”.

    Encontros bilaterais

    O chefe da diplomacia angolana recebeu o seu homólogo da Coreia do Sul, Yun Byung-se. Na base do encontro, solicitado pela parte coreana, estiveram as relações bilaterais e a sua avaliação, assim como a análise da questão do terceiro comité misto e o fortalecimento da cooperação económica para o desenvolvimento.

    Outras questões abordadas têm a ver com a cooperação na arena internacional, principalmente no âmbito do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e sua reforma. As partes discutiram o apoio mútuo às candidaturas às organizações internacionais.

    Sobre as questões regionais, os dois ministros trocaram impressões sobre os recentes  desenvolvimentos na península coreana e em África. Georges Chikoti tem também encontros com o ministro das Relações Exteriores do Chipre, Ioannis Kasoulides, com quem vai abordar a cooperação e as diversas candidaturas a que o Chipre concorre, além de questões relacionadas sobre os últimos desenvolvimentos no Médio Oriente e as relações entre a União Europeia e Angola. (jornaldeangola.ao)

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