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    Fitch mantém rating de Portugal no “lixo”

    (jornaldenegocios.pt)
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    A agência de notação financeira optou, esta sexta-feira, por manter o rating soberano de Portugal no primeiro nível de lixo, em ‘BB+’. A Fitch estima que o défice orçamental fique abaixo dos 3% do PIB este ano e manteve a perspectiva positiva. Mas diz esperar que não haja desvios no rumo das políticas do novo Governo.

    A Fitch manteve a classificação da dívida de longo prazo de Portugal no primeiro nível de “lixo” (categoria em que o investimento é considerado especulativo), justificando a decisão com o gradual reequilíbrio da economia, suportado por reformas estruturais em áreas como os mercados de trabalho e de produtos.

    “Isto tem ajudado a impulsionar a competitividade e o crescimento, e a lidar com os desequilíbrios externos e orçamentais, se bem que o ritmo da consolidação orçamental tenha abrandado este ano”, apontam os analistas da Fitch, referindo ainda que “Portugal beneficia também de um elevado nível de desenvolvimento humano, de um elevado PIB per capita face aos seus pares e de um contexto empresarial favorável”.

    Défice abaixo de 3% do PIB

    Quanto ao défice orçamental, a agência é optimista: “A retoma ajudará a reduzir o défice orçamental para menos de 3% do PIB em 2015”, sublinha no seu relatório divulgado esta sexta-feira à noite.

    “Uma recuperação económica moderada irá ajudar a estreitar o défice orçamental, de 7,2% do PIB em 2014 para ligeiramente menos de 3% em 2015”, refere o documento, destacando o facto de o défice de 2014 ter sido revisto em alta face aos 4,5% apontados anteriormente, à conta da inclusão do efeito de capitalização do Novo Banco através do Fundo de Resolução.

    E essa redução do défice orçamental para um patamar inferior a 3% do PIB “permitirá a Portugal sair do Procedimento de Défices Excessivos da União Europeia, em linha com as expectativas do Governo”, salienta.

    Em contrapartida, o défice estrutural (excluindo efeitos extraordinários e o impacto do ciclo económico) deverá aumentar, em vez de diminuir, acrescenta a Fitch. “E isso deve-se em grande medida ao aproximar das eleições legislativas de 4 de Outubro, que reduziram a margem para medidas orçamentais adicionais”, considera.

    Tal como a Standard & Poor’s, a Fitch não espera uma grande alteração na direcção das medidas económicas e orçamentais após as eleições. E recorda que “os dois partidos/alianças que lideram as sondagens (a coligação no poder, PSD/CDS-PP, e o principal partido da oposição, PS) são pró-europeus e centristas”, mas que “o facto de a disputa estar renhida significa que há vários cenários políticos possíveis e que há alguma incerteza quanto à rapidez com que poderá ser formado um novo Governo, bem como relativamente à sua subsequente coesão e estabilidade”.

    A agência estima também que a dívida pública desça para 127,9% do PIB no final de 2015, contra um pico de 130,2% no final de 2014.

    Quanto ao “outlook”, continua a ser positivo, “pelo que a Fitch não antecipa actualmente que haja desenvolvimentos com probabilidade material de conduzirem a um corte do rating”. (jornaldenegocios.pt)

    por Carla Pedro

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