
Porta-voz bloquista diz que o partido “não faltará a governo que não congele pensões, não flexibilize despedimento e não descapitalize a Segurança Social”. E pede condenação veemente por parte dos ministros europeus à Hungria.
Catarina Martins foi esta terça-feira confrontada com a possibilidade de um entendimento pós-eleitoral com o PS e, como aconteceu no debate televisivo com António Costa, colocou em cima da mesa as condições para o fazer. No Mercado da Fruta das Caldas da Rainha, a porta-voz do BE foi questionada por José Craveiro, reformado de 76 anos, sobre essa hipótese e remeteu para o secretário-geral socialista uma resposta.
“Tem de fazer essa pergunta é ao António Costa. Quem está a falhar a uma resposta não é o Bloco de Esquerda”, atirou a líder bloquista, antes de voltar a ser interrogada pelos jornalistas sobre esse cenário. Aí, foi contundente: “Tive oportunidade de dizer, olhos nos olhos, a António Costa que o BE não faltará a um governo que não congele ou queira reduzir as pensões em 1660 milhõs de euros em quatro anos, que não flexibilize os despedimentos e que não descapitalize a Segurança Social com a quebra da taxa social única”.
E voltou a abrir as portas a um entendimento, sendo que até agora tem estado a falar sozinha, enquanto Costa aposta no apelo ao voto útil e à maioria absoluta do PS. “Se for possível uma conversa nesses termos, cá estará o BE”, reforçou.
“Deixar cair as quotas é um péssimo passo”
Sobre um dos temas do dia – a Comissão Europeia ter descartado as quotas para os estados-membros da União Europeia acolherem refugiados sírios -, Catarina Martins considerou tratar-se de “um péssimo passo”, observando também que o que está a acontecer é “extremamente grave”. (D.N)