
Magalhães e Silva considerou que o processo está “marcado desde o seu início” e criticou o papel de investigação dos reguladores
“Este processo foi mal investigado e está marcado desde o seu início. A CMVM e o Banco de Portugal só sabem o que lhes dizem, não investigam. Fica a dúvida em que medida é que os reguladores participaram na tomada de assalto ao BCP”, afirmou o advogado de Jardim Gonçalves.
Magalhães e Silva salientou que “Jardim Gonçalves é um grande gestor, que fez um case-study com a fundação do BCP, um dos homens que mais conhecia e percebia de banca”.
“Há limites que não podem ser ultrapassados. O comportamento dos reguladores leva a uma acusação sem fundamento. Todos os factos permitem, efetivamente, concluir que a decisão já está tomada, mas espero que não seja esse o desfecho”, sublinhou Magalhães e Silva.
O responsável questionou “tendo Pedro Líbano Monteiro autorizado crédito e constituição de offshores, porque é que foi enviar uma carta ao Banco de Portugal a anunciar a sua saída?”
“O BCP fez 12 aumentos de capital nessa altura, dos quais 11 feitos por troca de ações e um por conversão de obrigações convertiveis”, revelou.
O advogado salientou que “verificou-se várias contradições nos depoimentos, que resultaram em grandes incongruências, e que não permitem retirar conclusões seguras. O governador do Banco de Portugal só deu depoimentos circunstanciais”.
“Não há indicação nenhuma de que o BCP não tivesse hipercapital para assumir os riscos. Havia riscos mas o BCP tinha capitais para assumir e tomá-los”, defendeu Magalhães e Silva.
O responsável indicou que “o risco de não reforçar é tomado no momento da decisão de crédito. Em todas as matérias de crédito, Jardim de Gonçalves não teve qualquer intervenção. Foi dito que sabia de tudo, mas de tudo relativamente à estratégia, à gestão, às parcerias, aos negócios internacionais. É preciso situar a declaração e sem agir de má fé”. (dinheirovivo.pt)