
Foto: António Soares
O projecto é uma iniciativa do ministério de tutela e contempla a criação de viveiros das duas espécies medida que vai ajudar a recuperar os níveis de colheita bem como relançar a actividade que esteve paralisada.
O Instituto Nacional do Café em Cabinda prevê colher este ano, cerca de 149.900 quilos (kg) de café, numa área de 1.006 hectares. Em entrevista ao JE, o chefe do departamento do Instituto Nacional do Café em Cabinda, José Alexandre Zau, disse que, desta cifra, perto de 80.000 kg de café já foram colhidos, numa actividade que envolveu cerca de 567 produtores. Apesar destas quantidades, José Alexandre Zau assegurou que este ano agrícola, a produção baixou comparativamente ao ano passado, onde a colheita atingiu as cerca de 239 toneladas, do também conhecido como “bago vermelho”. A falta de apoios, principalmente o crédito, é apontada como alguns dos constrangimentos que têm dificultado o aumento da produção.
Apesar destas dificuldades, o responsável do Instituto Nacional do Café a nível da província garantiu que a sua instituição tem prestado assistência técnica, sessões de formação e de esclarecimento, medida que tem contribuído para a melhoria da actividade produtiva. As comunas de Tando-Zinze (Cabinda), Buco-Zau e Necuto (ambas em Buco-Zau) são as áreas apontadas com potenciais para a produção de café. Este ano, prevê comprar cerca de 65.000 kg, nas várias regiões onde se produz, contra as 165 toneladas do ano passado. O kg de café, com a marca “mabuba” custa 50.00 kwanzas.
Produção de cacau
Antigamente, a província de Cabinda foi produtora de cacau. Esta espécie deixou de ser produzida, devido à guerra que assolou o país. Com o objectivo de recuperar e revitalizar a actividade produtiva, o Instituto, Nacional do Café está também a implementar um projecto de viveiros. Segundo José Alexandre Zau, estão a ser cultivados viveiros, com capacidade para produzir 5.000 plantas de cacau. “Há um interesse por parte de alguns produtores em querer cultivar o cacau, daí que introduzimos também no nosso plano director a implementação do projecto para o cacau”, referiu.
Produção de palmeiras
No quadro do programa de multiplicação e revitalização de vários produtos agro-alimentares, aquele organismo afecto ao Ministério da Agricultura está igualmente a implementar um projecto que visa a criação de 50.000 viveiros de palmeiras. Posteriormente, as plantas serão distribuídas aos agricultores interessados, em desenvolver este tipo de actividade nas suas lavras, de forma a recuperar os níveis de produção do dendém, a nível da província.
O gestor sublinhou que o trabalho de multiplicação de palmeiras tem igualmente uma importância vital, na medida em que servirá como matéria-prima para a futura fábrica que está a ser instalada na zona de Alzira da Fonseca, no município do Buco-Zau.
De acordo com o responsável, o programa comporta três fases, sendo a primeira, considerada experimental, prevê a implementação da estação agrária, denominada São Vicente, localizada no município de Cabinda. Os resultados deste projecto determinarão a expansão do mesmo, para outras localidades a nível da província, numa altura em que uma planta de palmeira para poder produzir leva no mínimo três anos. ANDRÉ GUTO (Jornal de Economia & Finanças)