
O actor angolano Alberto Gama afirmou hoje, em Luanda, que o teatro deve estar ao contínuo serviço da sociedade, ressaltando os valores sublimes nela incorporada.
Alberto Gama, que falava à Angop, referiu que assuntos como o respeito pelos mais velhos, ajudar os cegos, o cultivo da generosidade devem constar, com frequência, das temáticas das peças teatrais para se influenciar positivamente a sociedade.
“ O teatro educativo, pedagógico, tem de ir ao bairro, a província e a escola, ao encontro das pessoas para lhes mostrar como se deve viver. Devemos assim saber educar, nestes anos de paz do país, como nos devemos comportar”, asseverou.
Vê-se ainda, apontou, muito excesso de obscenidade nas actuais peças teatrais, o que não é salutar.
Alberto Gama fez saber que se deve, necessariamente, falar do consumo exagerado do álcool, da prostituição e outros males que enfermam a sociedade, mas fazê-lo com rigor, disciplina e com bons actores.
“Artisticamente se faz a representação destes fenómenos sem se cair para o ridículo. Daí a necessidade de se formar bons actores, directores e encenadores, que compreendam bem o que é o teatro”, salientou. Neste diapasão, Alberto Gama louva a iniciativa da criação pelo Estado de uma instituição do ensino médio artístico, em Luanda, onde consta o curso de teatro.
No entanto, solicita que se crie condições de infra-estruturas, como salas de espectáculos, onde muitos dos que se formarem nesta escola possam mostrar o que sabem.
Alberto Gama, 55 anos de idade e natural de Luanda, começou a fazer teatro aos 17 anos no grupo dos Instrutores de Teatro e Dança, em 1977.
Em 1985, Alberto Gama deslocou-se para Portugal onde fez a formação superior de teatro no Conservatória Nacional.
Actualmente presta serviço na Direcção Nacional de Acção Cultural (DNAC), bem como a assessorar, com uma acção formativa, o grupo de teatro Dadaísmo. (portalangop.co.ao)