O encontro, no qual Cândido Van-Dúnem representou o Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, analisou questões relacionadas com o conflito na região do Kivu Norte (RDC), onde o exército congolês se confronta com as forças rebeldes do movimento M23.
A cimeira foi antecedida de uma reunião a nível de ministros das Relações Exteriores e da Defesa dos Estados-membros.
Cândido Van-Dúnem foi acompanhado do secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto. Integraram ainda a delegação angolana oficiais-generais e superiores do Ministério da Defesa Nacional e das Forças Armadas Angolanas.
A cimeira realizou-se numa altura em que vários diplomatas visitam países da sub-região dos Grandes Lagos para discutir com os seus líderes a insegurança na província do Kivu Norte.
A enviada especial do secretário-geral da ONU para os Grandes Lagos, Mary Robinson, que também participa no encontro, fez uma digressão pela região, tendo visitado na quarta-feira o Ruanda, onde foi recebida pelo presidente Paul Kagame. Um dia antes, a secretária-adjunta do bureau para África no Departamento de Estado norte-americano, Linda Thomas-Greenfield, esteve em Kigali para pedir o apoio das autoridades ruandesas para a solução da crise da RDC. A Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, que recentemente completou cinco anos, é constituída por Angola, RDC, Congo Brazzaville, Sudão, República Centrafricana, Ruanda, Burundi, Quénia, Tanzânia, Zâmbia e Uganda.
Ofensiva congolesa
As Forças Armadas da RDC anunciaram, na quarta-feira, que prosseguem a ofensiva contra a rebelião congolesa do M23 e que em breve podem atacar Kibumba, posição estratégica dos revoltosos.
O anúncio das forças armadas foi feito depois de a enviada especial do secretário-geral da ONU para a Região dos Grandes Lagos ter visitado Goma.
O anúncio também surgiu depois de o M23 ter anunciado a saída de Kanyarucinya, no Kivu Norte, como reacção ao inquérito em curso destinado a apurar a responsabilidade do lançamento de obuses sobre o território ruandês a partir do leste da RDC.
O M23 anunciou que se retirava para permitir que a equipa de oficiais da Comissão Militar Mista da CIGL realizasse as investigações, feitas apenas em Kanyarucinya, localidade controlada pelos rebeldes.
O porta-voz do M23 informou que os seus efectivos permanecem nos arredores a localidade “até nova ordem”.
O Ruanda concentrou milhares de militares na localidade de Gisenyi, que faz fronteira com Goma, na RDC, depois de na semana passada terem sido lançados obuses sobre o seu território. (jornaldeangola.com)