
(DR)
Angola e Japão reuniram-se num seminário na capital nipónica para avaliar os investimentos comuns através do estabelecimento de intercâmbio em vários sectores com destaque para a geologia e minas.
As avaliações internacionais de agências de rating e os resultados regulares do crescimento da economia de Angola devem ser tidos como razões válidas para que o país seja destino privilegiado de investimento japonês, defendeu na quarta-feira, no Japão, o Ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz.
“As razões válidas para se investir em Angola existem e demonstram a nossa seriedade como país”, disse o ministro ao falar na sessão plenária do “seminário sobre investimento em Angola” que decorreu na cidade de Tóquio, numa organização da Embaixada de Angola no Japão e do Instituto Japonês de Investimento Estrangeiro (JOI).
“Permitam que refira alguns factos que fundamentam esta afirmação: segundo a avaliação da Standard & Poors, o rating do país é BB- (África do Sul: BBB, o melhor da África Subsahariana); Angola tem um sistema político de democracia multipartidária presidencialista. As últimas eleições gerais realizaram-se em Agosto de 2012. Em 2017, serão realizadas as próximas. Tem estabilidade política e segurança. É dos países mais seguros de África. Tem um dos exércitos mais fortes de África e um sistema policial de segurança pública que tem sido seguido como modelo de eficácia e de actuação por muitos países”, referiu.
O ministro referiu que, em apenas 10 anos de paz, Angola regista um histórico crescimento económico robusto e sustentável, pois tem 7,4 por cento de taxa média de crescimento do PIB entre 2007 e 2012; regista mais de 7 por cento de crescimento médio real do PIB previsto entre 2013 e 2017, a taxa de inflação foi de 9 por cento em 2012 e teve um excedente orçamental acima dos 7 por cento em 2012.
A uma plateia de quase duzentos empresários japoneses, Francisco Queiroz explicou que as políticas do Governo assentam nos eixos de promoção da diversificação da estrutura da economia; desenvolvimento de negócios de micro, pequenas e médias empresas; promoção do investimento externo directo através de joint–ventures com empresas locais no sector da produção e num “processo claro para criação de novas empresas, com incentivos fiscais competitivos para investimentos”.
De acordo com dados do Banco Mundial, referidos pelo governante, no relatório da instituição de Maio de 2013, no contexto da África Subsahariana, Angola apresenta os seguintes valores comparativos notáveis: tem o terceiro maior PIB nominal: 122.5 mil milhões de dólares correntes, apenas superado pela África do Sul (378.6 mil milhões) e pela Nigéria (279 mil milhões); regista o maior crescimento do PIB: 9.1%; tem o terceiro maior PIB per capita: 6.070 USD, apenas superado pelo Botswana (8.590) e pela África do Sul (7.760); é o quinto maior em população: 20.2 milhões e é o segundo maior território – 1.246.700 km2 .
“Este crescimento é fomentado pelo sector não petrolífero. Na verdade, o sector petrolífero teve crescimento negativo entre 2009 e 2011e recuperou em 2012, para 4,3 por cento e o não petrolífero registou em 2005 um crescimento recorde de 25,4 por cento; baixou em 2009 para 8,3 por cento e em 2012 subiu para 9,1. Prevê-se um crescimento para o sector não petrolífero de 9,5 por cento, para 2013”, referiu o governante.
O ministro referiu que o Japão já ocupou o primeiro lugar dos parceiros comerciais de Angola, actualmente ocupado pela China. “O Japão tem capacidade financeira, tecnológica e comercial para voltar a ser um dos primeiros parceiros comerciais de Angola. Vamos facilitar e criar condições para que o Japão ressurja como grande parceiro económico de Angola”, assegurou o governante.
Na plenária do seminário sobre investimento de Angola falaram, além do ministro angolano, o embaixador de Angola no Japão, João Miguel Vahekeni, a directora da Keidanren, Nobuto Sanui, o director para o Departamento da Ásia e Oceania do Ministério das Relações Exteriores, embaixador André Panzo, a presidente do Conselho de Administração da Anip, Maria Luísa Abrantes e o presidente do Conselho de Administração da Toyota Angola, Nuno Borges da Silva. SEBASTIÃO MARQUES (Jornal de Economia & Finanças