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    Moçambique: Malagueta arrependido da “declaração de guerra”

    Jerónimo Malagueta (folhademaputo.co.mz)
    Jerónimo Malagueta (folhademaputo.co.mz)

    JERÓNIMO Malagueta, o homem da Renamo detido, há mais de dois meses, indiciado de incitamento à violência, diz que para fazer a “declaração de guerra” foi usado apenas como um instrumento do seu partido sem capacidade de censurar o seu superior hierárquico, Afonso Dhlakama.

    “Disseram-me que leia lá esse papel e apresente. Não tinha forma de negar, tinha de ler o documento”, disse Malagueta, escreve o diário electrónico “mediafax”, citando a Lusa, agência noticiosa portuguesa.

    “Fiz o que o meu partido me mandou. Nunca pensei que as consequências recairiam sobre mim. Não tinha ideia sobre o que iria acontecer”, disse Malagueta, que se encontra encarcerado na cadeia de máxima segurança, vulgo BO, mostrando sinais de arrependimento.

    Em Junho último, Jerónimo Malagueta, brigadeiro da Renamo, maior partido da oposição, anunciou, em conferência de Imprensa, em Maputo, a interdição da circulação de pessoas e bens na região centro de Moçambique, facto que veio a consumar-se no dia seguinte.

    No cumprimento desta medida, os homens armados da Renamo, no dia 21 de Junho, atacaram veículos que circulavam na Estrada Nacional Número Um entre o Rio Save e Muxúnguè, na província central de Sofala, fazendo pelo menos duas vítimas mortais.

    No mesmo dia, Malagueta foi detido em Maputo pela Polícia de Investigação Criminal (PIC) acusado de homicídio, destruição de bens e incitamento à violência, tendo o tribunal decretado a sua prisão preventiva apenas pela última imputação.

    O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, em conferência de imprensa realizada em Santunjira, onde se encontra aquartelado, reconheceu publicamente a autoria dos atentados.

    “O juiz perguntou-me sobre os pronunciamentos que eu tinha feito e eu disse que não era meu e que simplesmente tinha sido usado como instrumento para dar a posição do partido porque na altura eu era chefe do Departamento de Informação”, disse Malagueta.

    Desde então, o comandante da antiga guerrilha da Renamo está detido em regime de isolamento no que respeita ao contacto com outros reclusos mas garante que tem direito à televisão, rádio e jornal e com visitas quinzenais e alimentação fornecida pela família.

    Malagueta mostrou-se inconformado com a sua detenção que a considera uma “injustiça” por ter servido apenas como “altifalante” do seu partido, destacando que o caminho da felicidade e da “esperança é sair da cadeia para viver ao lado dos seus filhos”. (AIM/jornalnoticias.co.mz)

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