
(Roberto Stuckert Filho/PR)
A delegação brasileira está em São Petersburgo, na Rússia, onde participará nesta quinta e sexta-feira, dia 5 e 6 de setembro, da reunião de cúpula do G20, o grupo que reúne chefes de Estado e de governo das 20 maiores economias do planeta. O avião presidencial chegou na noite desta terça trazendo a presidente, Dilma Rousseff, e o novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, em sua primeira participação como chanceler, em substituição a Antonio Patriota. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que teve agenda em Paris, chega nesta quarta.
Andrei Netto, enviado especial do Estado de S. Paulo a São Petersburgo
De acordo com a presidência da república, a quarta-feira será de agenda “privada” para Dilma Rousseff, mas eventuais encontros bilaterais não estão descartados. Os primeiros compromissos oficiais acontecerão na quinta-feira, quando às 16h têm início as reuniões oficiais do G20.
O evento de 2013 tem um componente novo em relação aos anteriores. Se até o ano passado o tema principal vinha sendo a crise financeira dos países desenvolvidos, em especial na Europa, desta vez a pauta tem relação direta com a vida econômica do Brasil. Trata-se da desvalorização cambial que afeta os países emergentes, o que Guido Mantega chamou de “minicrise” internacional. Um dos intuitos de Brasil, Rússia, Índia e China, os quatro países Brics, que se reunirão nessa quinta, é convencer o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a controlar o ritmo do aumento da taxa de juros do Federal Reserve (FED), de forma a evitar um efeito colateral: a fuga de capitais das economias emergentes.
Na segunda-feira, um dos delegados da África do Sul chegou a pedir aos americanos que reconheçam que “vivemos em um mundo interconectado” e que “decisões baseadas apenas nos interesses nacionais podem ter consequências graves sobre outras nações”.
No plano político, a reunião marcará o primeiro encontro entre Obama e Dilma desde que foi revelado que o governo brasileiro teria sido espionado pela NSA, uma das agências de inteligências dos Estados Unidos. A presidência ainda aguarda uma resposta ao pedido de explicações, feito na segunda-feira.
O americano também seu primeiro encontro com o presidente russo Vladimir Putin após o caso Edward Snowden. O encontro bilateral entre os dois presidentes foi cancelado, mas a agenda segue carregada: o motivo da tensão agora é a Síria. Segundo o chanceler russo, Sergei Lavrov, o G20 serve para temas econômicos, e a situação de Bashar Assad não está na agenda. (portugues.rfi.fr)