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O Standard Chartered Bank do Reino Unido será, provavelmente, premiado com uma licença bancária em Angola até o final do ano, permitindo-lhe competir com bancos locais e portugueses neste mercado que é o segundo maior produtor de petróleo de África, segundo o vice-governador do BNA,António André Lopes, à Bloomberg.
“Essa licença tem de ser aprovada pelo Conselho de Ministros”, disse António André Lopes, numa entrevista concedida em Luanda. “Temos recebido muitas propostas de investidores locais e estrangeiros para criar novos bancos”, acrescentou.
Angola tem 23 instituições bancárias de crédito a operar no país e está a tentar aumentar os serviços bancários e o crédito num mercado onde apenas 26 por cento das pessoas têm contas bancárias.
“O sistema angolano é robusto, apesar da existência de crédito malparado e de uma queda generalizada nos lucros, disse o responsável angolano. O banco central espera que 30 por cento dos angolanos tenham contas bancárias até no final do ano”, disse.
Várias empresas que prestam serviços financeiros já operam em Angola, o que inclui instituições sul-africanas, incluindo a sedeada em Joanesburgo Standard Bank Group Ltd; o Banco Espírito Santo e bancos locais como o bancos Internacional de Crédito (BIC) e Angolano de Investimentos (BAI).
O sul-africano Standard Bank Group’s (SBK), que está em Angola desde 2010, está em fase de expansão. A instituição sedeada em Joanesburgo está a aumentar os balcões para 27 filiais até o final do ano. O banco não se vai concentrar na banca de retalho, porque não tem a escala para competir efectivamente nesse mercado, disse o presidente da Comissão Executiva do banco, Pedro Coelho.
“O foco é nos clientes das indústrias de petróleo e gás, bem como empresas de importação e exportação, construção civil e alimentos e bebidas”, disse.
A dívida de longo prazo do banco sul-africano, o maior credor do continente, é avaliada pela Moodys Investors Service, em Baa1. O Standard Bank gaba-se de ser o único banco em Angola que tem uma classificação “grade” de investimento.
Os principais bancos portugueses que estão em Angola são o BCP, BPI, CGD e o Totta.
Outras instituições de crédito estrangeiras já manifestaram interesse em obter licenças bancárias angolanas, disse o vice-governador angolano, recusando-se a ser mais específico.
“Até ao final do ano mais dois bancos locais vão obter licenças. Uma licença de banca de investimento será dada a uma empresa estatal”, disse.
A Standard Chartered já tem um escritório de representação em Angola e estabeleceu uma “joint-venture” com uma empresa de seguros estatal.
Com sede em Londres e operações em 16 países africanos, a Standard Chartered planeia investir 100 milhões de dólares (75 milhões de euros) no continente africano ao longo dos próximos três anos, segundo declarações de Diana Layfield, chefe da operação africana da Standard Chartered, numa entrevista na Cidade do Cabo, em Maio.
Angola pretende começar uma bolsa de valores em 2016 e António Lopes espera que os bancos possam negociar na bolsa. “Um mercado secundário de títulos, provavelmente, vai começar no próximo ano”, disse. (Jornal de Economia & Finanças)