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    Portugal e Brasil perdem peso nas importações

    (Fotografia: DR)
    (Fotografia: DR)

    Países como a Tailândia, Bélgica, China, África do Sul e Estados Unidos estão a ganhar espaço nas importações angolanas em detrimento de Portugal e Brasil, refere o relatório da multinacional Maersk Line, relativo ao primeiro semestre de 2013.

    Ao longo da última década, a economia angolana tem sido alvo de uma rápida dinâmica, seguida de um período de grande crescimento de bens importados. “À medida que as importações disparam, os consumidores angolanos têm-se apoiado tradicionalmente nos produtos portugueses e brasileiros para suprir muitas das suas necessidades, mas neste momento este padrão começa a mudar”, informa a Maersk.
    Os padrões internacionais de comércio mostram que o crescimento das importações de Portugal e do Brasil abrandou.
    Se há alguns anos era normal que os produtos destes dois países apresentassem crescimentos anuais que chegavam a 40 por cento, actualmente esse crescimento apresenta valores entre quatro e dez por cento, com outros países a apresentarem taxas de crescimento muito mais elevadas.
    A China domina as estatísticas das importações angolanas, mas países como a Tailândia, Bélgica, África do Sul e Estados Unidos estão a ver as suas exportações para Angola crescer de forma significativa, com a China, Bélgica e Tailândia a apresentarem taxas superiores a 40 por cento em termos anuais.
    O director-geral da Maersk Line, Cláudio Marcos Rosa, salientou que o crescimento verificado tem a ver com o aumento da base de consumidores de Angola. Da China chegam electrodomésticos e materiais de construção e electrónicos, dos Estados Unidos carne e frango, da Bélgica farinha e ovos e da Tailândia enormes quantidades de arroz.
    No relatório indica-se igualmente que o modelo de transporte está a sofrer alterações, com uma menor utilização da carga a granel, em benefício da carga em contentores refrigerados, sendo este último o modelo utilizado para 25 por cento dos contentores que chegam a Angola nos navios da empresa.

    Maersk Line

    A Maersk Line, fundada em 1904, é a empresa de transporte que neste momento movimenta mais contentores refrigerados no mundo, com uma frota de 550 navios. Em Angola opera há 15 anos. A empresa verifica mudanças nas preferências dos clientes. “Verificamos que alguns dos nossos clientes, que anteriormente se apoiavam essencialmente em carga a granel, estão agora a usar mais contentores refrigerados, especialmente na carga vinda dos Estados Unidos”, afirmou Cláudio Marcos Rosa, director-geral da Maersk Line Angola.
    Cláudio Rosa acredita que esta mudança de tendências se deve essencialmente ao facto de já não serem exigidas pré-inspecções dispendiosas aos contentores no país de origem.
    Sem este requisito, o custo de usar contentores refrigerados ficou mais próximo de um contentor a granel, estima o director, que admite existirem em Angola duas formas de transportar bens refrigerados por mar.
    “Uma é usando contentores refrigerados que são transportados em navios cargueiros e a outra é a granel, através de navios próprios para o efeito.
    Ambas as formas têm as suas vantagens, mas uma mudança no custo associado aos contentores refrigerados faz com que mais empresas passem a preferi-los”, sublinhou Cláudio Rosa.
    Hoje, a carga a granel é frequentemente preferida por ser menos dispendiosa e por vezes mais rápida para ser transportada.
    Contudo, uma vez que os produtos têm que ser carregados e descarregados várias vezes ao longo do transporte, o risco de danos e furto da mercadoria aumenta em comparação com o dos contentores refrigerados.
    “Congratulamo-nos com o desenvolvimento desta tendência porque acreditamos que o aumento da qualidade dos produtos vai ser benéfico para todos”, adiantou Cláudio Rosa.

    Lucros da empresa

    A Maersk Line apresentou no primeiro semestre de 2013 um lucro de 643 milhões de dólares (64,3 mil milhões de kwanzas), o que corresponde a uma melhoria de mil milhões de dólares (100 mil milhões de kwanzas), em comparação a período igual do ano passado. Essa significativa mudança deve-se à redução dos custos operacionais.
    A Maersk Line detém os maiores navios contentores do mundo, chamados “EEE” (Triple E), que estão neste momento a ser usados em rotas do Extremo Oriente e Ásia até à Europa.
    Estes navios podem carregar o equivalente a 18 mil contentores (TEU). Os maiores navios que já passaram por Angola, também pertencentes à Maersk Line, carregavam 4.500 TEU.
    O Grupo Maersk é um conglomerado mundial que opera nas indústrias de expedição, petróleo e gás. Está presente em 130 países e emprega cerca de 117 mil pessoas.
    Quatro das empresas do grupo (Maersk Line, APM Terminals, Maersk Oil e Maersk Drilling) representam o principal foco dos investimentos realizados em crescimento estratégico. A restante carteira inclui unidades de negócios adicionais, investimentos estratégicos e outros activos. (jornaldeangola.com)

    Por Armando Estrela

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