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Sete pares de ‘burros-ambulância’ “estão a salvar vidas” no distrito de Chibabava, Sofala, no centro de Moçambique, palco de confrontos entre o exército governamental e a Renamo, transportando para hospitais doentes do interior.
Os sete pares de burros foram importados de Tete, para minimizar os efeitos de escassez de transportes na evacuação de doentes de regiões recônditas de Panja, Muxúnguè, Chibabava e Goonda, agora também atingidas por conflitos, para hospitais próximos.
“Cada par de burro puxa uma carroça, onde se acomoda o doente. Geralmente, servia mais para mulheres grávidas para reduzir partos não institucionais, mas, agora, a assistência foi estendida, e os resultados são bons. Os burros estão a salvar vidas”, disse à Lusa Otília Macedo, da organização Comunidades Sãs, patrona da iniciativa.
As degradadas condições das vias de acesso e os confrontos entre homens armados do partido da oposição Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e o exército governamental impedem a circulação normal e causaram receios em alguns transportes da região, mas a ação dos burros está a “minimizar” a situação.
“Só temos mesmo agora os burros para nos salvar, pois as ambulâncias e chapas (transporte público) não entram aqui por causa desta guerra”, disse à Lusa Eva Tchimata, residente em Panja, uma zona pacata do interior de Muxúnguè.
Recentemente, a Renamo reivindicou a morte de 36 militares do exército em confrontos, nos dias 10 e 11 de agosto, na região de Panja (Muxúnguè) em Sofala, no centro de Moçambique, mas a polícia apenas assumiu duas mortes. A Renamo alegadamente teve duas baixas, que não assumiu. ANDRÉ CATUEIRA-LUSA (dn.pt)