
O antigo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, recorda hoje, num artigo publicado no semanário Expresso, o seu ex-professor e “amigo”, o economista António Borges, falecido no passado domingo vítima de cancro. Gaspar confessa que aprendeu “muito” com o economista, nomeadamente a ter “coragem, frontalidade, determinação, sentido de dever e um profundo optimismo sobre Portugal”.
Convidado pelo semanário Expresso a deixar o seu testemunho sobre o economista António Borges, falecido no passado domingo, o antigo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, começa por salientar, no seu texto, o “notável empreendedor, gestor e empresário” que Borges foi, sublinhando ainda a sua “capacidade de realização invulgar”.
“Foi um homem de opiniões marcadas e discurso cristalino. Sempre pronto para o debate”, refere Gaspar, salientando que António Borges “terá sido o economista português mais marcante da sua geração”.
Apesar de “frequentemente polémico e distante do discurso banal”, diz o ex-governante, os “seus contributos foram relevantes para o Mundo, para a Europa, e para Portugal”.
Destacando a passagem de António Borges pela INSEAD, “uma das melhores e mais reputadas escolas de gestão”, Gaspar considera que o economista “foi, assim, um exemplo de como é possível que alguém, vindo de um pequeno país periférico, como Portugal, tenha um papel de influência fundamental nas escolhas do desenho institucional na União Europeia”.
Vítor Gaspar termina o seu texto lembrando que António Borges foi seu professor em 1981 mas mais do que o que aprendeu nas suas aulas de “Economia da Energia e Economia do Bem-Estar”, o economista ensinou-lhe mais como “coragem, frontalidade, determinação, sentido de dever e um profundo optimismo sobre Portugal”.
Por tudo isto, o antigo ministro das Finanças conclui que: “a 25 de Agosto (…) perdi um amigo”. (noticiasaominuto.com)