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    Governo chinês pede mais calma

    (Fotografia: AFP)
    (Fotografia: AFP)

    O Governo da China pediu “mais calma” às potências ocidentais em relação à Síria e advertiu que uma possível intervenção militar dos Estados Unidos e dos seus aliados apenas contribui para exacerbar a instabilidade no Médio Oriente.

    Num comunicado divulgado ontem no site oficial, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, afirmou que “uma solução política é, desde o princípio, a única saída para o problema sírio”.
    Uma possível “interferência militar externa vai contra os princípios da Carta das Nações Unidas e as regras fundamentais das relações internacionais”, referiu o ministro, que recordou ser preciso esperar pelas conclusões da equipa de observadores da ONU que se encontra na Síria a investigar as denúncias sobre o alegado ataque químico que as tropas governamentais lançaram contra a população nos arredores de Damasco.
    O ministro chinês reiterou que o seu país se opõe ao uso de armas químicas, independentemente de quem as venha a usar.
    “A China lança um apelo a todas as partes para se conterem e manterem a calma”, sublinha o comunicado.
    O Presidente dos Estados Unidos afiançou que ainda não tinha tomado uma decisão sobre um eventual ataque à Síria, mas que não tinha dúvidas quanto ao uso de armas químicas por parte do governo de Bashar al Assad.
    A reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre o assunto terminou sem qualquer decisão. Washington e os seus aliados avisaram que mesmo um veto da Rússia e provavelmente da China não impedia uma intervenção militar na Síria.
    A Coligação Nacional Síria (CN­FROS), a principal aliança o­positora, apoiada pelo Ocidente, ­afirmou que “pelo menos 1.300 pessoas morreram no dia 21 num ataque químico da forças do Exército”, o que foi desmentido pelo governo.
    A agência chinesa Xinhua noticiou que “enquanto Washington soa os tambores de guerra para preparar um ataque à Síria, que pode ocorrer a qualquer momento, continua a não haver razões concretas para justificar tal acção”.
    Aquela agência noticiosa referiu que qualquer intervenção militar na Síria sem esperar pelas conclusões da missão da ONU e sem o apoio geral da comunidade internacional “não apenas contradiz as normas internacionais, como tende a criar um caos crónico”. Desde o começo do conflito na Síria, a China manteve uma posição neutra e recebeu em Pequim tanto representantes do governo como da oposição daquele país.
    A China continua a afirmar que o conflito se deve resolver pela negociação e pede às autoridades sírias que aceitem negociar com a oposição para formação de um governo de transição.

    Posição do Brasil

    O Brasil não apoia uma intervenção militar na Síria sem o aval do Conselho de Segurança das Nações Unidas, disse o seu chefe da diplomacia.
    “A posição do governo brasileiro é, e sempre foi, a de condenar uma intervenção armada que não seja feita ao abrigo de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU como uma violação ao direito internacional e à Carta da ONU”, declarou Luís Figueiredo.
    O ministro referiu que o uso de armas químicas na Síria “é intolerável” e também pediu que se espere pelos resultados de uma investigação da ONU sobre o assunto.
    Os membros permanentes do Conselho de Segurança não chegaram a acordo sobre a proposta de resolução britânica que justificava uma intervenção militar na Síria.
    A divisão que se verifica, com a Rússia e China por um lado, e Estados Unidos, Reino Unido e França por outro, reflecte as posições no Conselho sobre o conflito que já causou mais de cem mil mortos e obrigou milhões de sírios a deixarem o país desde Março de 2011. Londres garantiu não lançar uma acção militar na Síria até conhecer os resultados apresentados pelos especialistas da ONU que investigam no local o suposto ataque com armas químicas.
    O Secretário-Geral da ONU afirmou que os especialistas precisam de quatro dias para concluir o trabalho no local.
    “Apenas depois os especialistas podem fazer análises científicas. A seguir devemos fazer um relatório para o Conselho de Segurança para que actue da forma que julgar necessário”, disse.

    Desastre no Médio Oriente

    A Rússia e o Irão voltaram a advertir para o risco de desestabilização de toda a região se houver um ataque militar à Síria.
    O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, afirmou que um ataque vai provocar uma “desestabilização ainda maior da situação no país e na região”.
    A mesma posição é partilhada pelo Irão que também advertiu que uma intervenção militar norte-americana “é um desastre para a região”.
    O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o chileno José Miguel Insulza, declarou ser “totalmente contra as intervenções militares”.
    “Não há muitos registos no mundo de intervenções deste tipo que tenham sido positivas”, referiu.
    “Não falo pela minha organização porque não tivemos uma discussão a esse respeito”, afirmou.
    Cuba, Bolívia, Equador e Venezuela rejeitaram igualmente uma intervenção militar na Síria e advertiram para o perigo que isso pode representar para a estabilidade no Médio Oriente, que abastece o mundo com combustíveis. (jornaldeangola.com)

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